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Pediatria10 junho 2024

Revise seus conhecimentos sobre caxumba

O tratamento da caxumba é de suporte com antitérmico, analgesia, manter hidratação adequada e, nos casos graves, de suporte avançado de vida.

Caxumba, também chamada de parotidite infecciosa, é uma doença viral aguda, autolimitada, contagiosa e causada por vírus do gênero Paramyxovirus. Pode ser prevenida por meio de vacinação. É infrequente em países com alta cobertura vacinal, mas ainda é endêmica nos demais países, por isso é necessário manter a vacinação.

Veja também: Herpes zoster oftálmico: como identificar e tratar?

Close em rosto inchado de homem com caxumba

Como é transmitida?

É transmitida por meio de gotículas respiratórias de pessoa para pessoa. O único hospedeiro do vírus da caxumba é o ser humano.  A pessoa infectada pode transmitir de dois a sete dias antes dos sintomas até cinco a sete dias depois do aumento da(s) parótida(s), sendo que o período de maior transmissibilidade é de um a dois dias antes até cinco dias após o aumento parotídeo.

Como é o quadro clínico?

O período de incubação é de 12-25 dias. A caxumba pode ser assintomática, ter sintomas inespecíficos ou cursar com quadro clássico de caxumba. Os pacientes vacinados podem ter quadro incompleto e não cursar com parotidite.

O quadro clássico de caxumba cursa com:

1º) Período prodrômico de um a quatrodias de febre, cefaleia, mialgia, vômito e/ou otalgia ipsilateral à parótida que inflamará;

2º) Parotidite: aumento e endurecimento de parótida unilateral inicialmente, podendo evoluir para bilateral na maioria dos casos e pode apagar o ângulo da mandíbula e, deslocar o lobo da orelha para cima e para fora. A parotidite é mais intensa com 3 dias do quadro e resolve ao longo de 1 semana. A dor na parótida piora com ingestão de líquidos ácidos ou azedos. As parotidites duram em média 5 dias e a maioria resolve em até 10-14 dias.

Também pode ocorrer inflamação das glândulas salivares sublinguais e submandibulares de forma isolada ou em conjunto com parotidite. Raramente, aparece exantema morbiliforme e edema sobre o esterno por obstrução linfática.

Como pode complicar?

As principais complicações são meningite viral (10% dos casos), encefalite e orquite/ooforite. Outras complicações menos frequentes são artrite, ataxia cerebelar, conjuntivite, encefalomielite difusa aguda (ADEM), hidrocefalia, mastite, mielite transversa, nefrite, neurite ótica, pancreatite, paralisia de nervos cranianos, perda auditiva (transitória ou permanente), plaquetopenia, pneumonia, tireoidite e raramente evoluir para óbito. Vale destacar que as complicações podem ocorrer na ausência de parotidite.

Como diagnosticar caxumba?

A caxumba pode ser diagnosticada por meio do quadro clínico, elevação da amilase sérica, hemograma pode ter leucopenia com linfocitose relativa, dosagem de IgM e IgG contra caxumba (mais disponível que o PCR, sendo mais comum o IgM ser positivo do 3º ao 14º dia da parotidite).

A detecção de antígeno viral da caxumba por PCR de secreção de orofaringe ou bucal torna-se rapidamente negativo principalmente vacinados e deve ser feito entre o 1º e o 3º dia do aumento parotídeo (no máximo até o 10º dia). Se já tiver mais de 3 dias do quadro, colher IgM contra caxumba. Atenção: PCR ou anticorpo contra caxumba negativos não excluem caxumba.

Qual é o tratamento para caxumba?

O tratamento é de suporte com antitérmico, analgesia, manter hidratação adequada e, nos casos graves, de suporte avançado de vida.

Quais são os diagnósticos diferenciais?

São outras causas de parotidite (infecção por citomegalovírus, Influenza A,  vírus Epstein-Barr, enterovírus, HIV, vírus da coriomeningite linfocítico, parainfluenza 1, parainfluenza 3 e Sttaphylococcus aureus), adenite bacteriana, colagenoses, doenças imunológicas, neoplasia e  induzida por medicamentos/drogas.

Saiba mais: Hepatite A: diagnóstico, transmissão e prevenção

Como prevenir a caxumba?

A caxumba pode ser prevenida pelas seguintes medidas:

1) Vacinação com vacina tríplice viral ou tetra viral  caso ocorra um surto escolar de caxumba, a vacina contra caxumba não evita o aparecimento da caxumba pós-exposição, mas é uma oportunidade para vacinar pessoas não vacinadas previamente e não infectadas pelo vírus da caxumba (uma dose para  crianças e adolescentes sem dose prévia,  segunda dose para quem tiver já uma dose da vacina e não precisa fazer nova dose para quem já tem duas doses). Como essas vacinas são atenuadas são contraindicadas para grávidas e imunodeprimidos;

2) Afastamento da creche/escola/trabalho da pessoa infectada por cinco dias a partir do aumento parotídeo;

3 ) Em ambiente hospitalar, fazer precaução de gotículas (idealmente o paciente deve ficar em quarto privativo ou com distância mínima de um metro entre o leito dos pacientes, o profissional deve usar máscara cirúrgica e fazer higiene das mãos antes e depois de ter contato com o paciente, idealmente usar equipamentos de saúde (ex. estetoscópio, esfigmomanômetro e termômetro) exclusivos para o paciente com caxumba, restringir o trânsito do paciente no hospital, mas, quando necessário e possível, colocar máscara cirúrgica no paciente.

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Referências bibliográficas

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