O ácido acetilsalicílico (AAS) faz parte do tratamento recomendado para doença de Kawasaki, mas ainda não existe um consenso sobre a dose ideal. Um novo artigo publicado na Pediatrics indica que o AAS pode ser usado em dose baixa.
Para o presente estudo (de coorte multicêntrico, retrospectivo e não randomizado), os pesquisadores incluíram 1.213 crianças, de 0 a 10 anos, com doença de Kawasaki na fase aguda, de cinco instituições americanas, entre 2004 e 2015. Todos os participantes receberam AAS e imunoglobulina intravenosa dentro de 10 dias após o início da febre.
Entre os indivíduos, 848 receberam dose alta (80 mg/kg por dia) e 365 receberam dose baixa de AAS (3 – 5 mg/kg por dia) para prevenção de anormalidades da artéria coronária.
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Não houve diferença no risco de anormalidades da artéria coronária na dose baixa, em comparação com o grupo AAS de alta dose (22,2% versus 20,5%). A diferença de risco ajustada para possíveis fatores de confusão foi de 0,3% (intervalo de confiança [IC] de 95%: -4,5% a 5,0%). A diferença de risco ajustada para anormalidades que persistiram no seguimento de 6 semanas foi de -1,9% ([IC] de 95%: -5,3% a 1,5%).
Pelos resultados, os pesquisadores concluíram que, em associação com imunoglobulina intravenosa, AAS em dose baixa pode ser usada na doença de Kawasaki aguda para reduzir o risco de anormalidades da artéria coronária.
Referências:
- Aspirin Dose and Prevention of Coronary Abnormalities in Kawasaki Disease. Frederic Dallaire, Zoe Fortier-Morissette, Samuel Blais, Anita Dhanrajani, Dania Basodan, Claudia Renaud, Mathew Mathew, Astrid M. De Souza, Audrey Dionne, Joel Blanchard, Harrison Saulnier, Kimberley Kaspy, Soha Rached-d’Astous, Nagib Dahdah, Brian W. McCrindle, Derek G. Human, Rosie Scuccimarri. Pediatrics Jun 2017, 139 (6) e20170098; DOI: 10.1542/peds.2017-0098
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