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Pediatria30 setembro 2024

AAP 2024: Atualização em doença do refluxo gastroesofágico  

Neste artigo veremos os tópicos importantes para o manejo um paciente pediátrico com doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
Por Jôbert Neves

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma importante causa de visita aos consultórios de pediatria geral e gastroenterologia pediátrica, sendo fundamental o pediatra estar atualizado para manejar esse paciente com precisão. Durante o encontro da Academia Americana de Pediatria (AAP 2024), a gastroenterologista pediátrica, Dra. Phyllis Bishop, apresentou tópicos importantes que todo o pediatra geral deve saber quando estiver diante de um paciente com DRGE, veja:  

AAP 2024: Atualização em doença do refluxo gastroesofágico  

Imagem de freepik

Pontos principais para pediatra gerais: 

  • Compreender a história natural: O refluxo gastroesofágico (RGE) é comum em bebês e tipicamente se resolve até os 18 meses de idade, raramente começa antes de uma semana de vida ou após 6 meses de idade. É um importante diagnóstico diferencial para DRGE.
  • Reconheça os sinais de alerta: Certos sinais devem levar a uma investigação mais aprofundada, incluindo perda de peso, vômito biliar, vômito persistente, constipação, diarreia, febre, disúria, irritabilidade excessiva, hepatoesplenomegalia e falta de resposta à supressão ácida. 
  • Compreenda as potenciais complicações relacionadas à DRGE: esofagite erosiva, estenose, esôfago de Barrett e adenocarcinoma. Este paciente deve ser referido ao gastroenterologista pediátrico.  

Ouça também: Highlights – AAP 2024 [podcast]

Considerações Práticas: O que utilizar nos atendimentos pediátricos? 

  • História minuciosa: Obtenha uma história detalhada focando nos hábitos alimentares, padrões de sintomas e quaisquer sinais de alerta potenciais. 
  • Avaliação de risco: Identifique pacientes com maior risco de DRGE grave com base em fatores como fibrose cística, atresia esofágica, comprometimento neurológico, hérnia hiatal, obesidade e história familiar. 
  • Tratamento individualizado: Desenvolva um plano de tratamento personalizado que atenda às necessidades específicas de cada paciente. Considere intervenções não farmacológicas e farmacológicas, discutidas mais à frente. 
  • Faça um monitoramento cuidadoso: Monitore de perto os pacientes em relação à resposta ao tratamento, incluindo a resolução dos sintomas e potenciais efeitos colaterais. 

Tratamentos Não Farmacológicos: 

  • Alimentações espessadas: engrossar o leite materno (nos Estados Unidos, existe espessante para essa finalidade) ou fórmula pode diminuir a frequência e a gravidade dos episódios de refluxo, levando a menos choro e irritabilidade; 
  • Alimentações menores e mais Frequentes: para bebês, alimentações menores e mais frequentes podem ser mais fáceis de digerir e reduzir o volume de refluxo; 
  • Posicionamento: Quando acordado, posicionar o bebê em decúbito ventral (de barriga para baixo) pode ajudar com o refluxo, mas deve ocorrer sob supervisão atenta. Ao dormir, o decúbito dorsal (de costas) é recomendado;
  • Eliminação da Proteína do Leite de Vaca: em casos de suspeita de alergia à proteína do leite de vaca (APLV), recomenda a troca para fórmula extensamente hidrolisada ou, se necessário, uma fórmula à base de aminoácidos para pacientes em uso de fórmula, ou dieta de exclusão materna da proteína do leite de vaca.  

Saiba mais: AAP 2024: Conjuntivites – O que o pediatra precisa saber?

Tratamentos Farmacológicos: 

  • Antiácidos e Alginatos: Estes são considerados seguros para bebês e crianças e podem ser usados para alívio a curto prazo dos sintomas de DRGE. São considerados terapia de primeira linha para adolescentes com DRGE. 
  • Antagonistas do Receptor de Histamina-2 (H2RAs): Embora eficazes, geralmente são considerados terapia de segunda linha, utilizados quando os IBPs não estão disponíveis. 
  • Inibidores da Bomba de Prótons (IBPs): Estes são frequentemente a terapia preferida da primeira linha para DRGE, especialmente em casos de esofagite. Os IBPs são geralmente mais eficazes que os H2RAs e são mais fáceis de administrar.  
  • Considerações Importantes para o Tratamento Farmacológico: 
    • Precauções para Medicamentos Supressores de Ácido: 
      • Evitar o uso a longo prazo: O uso a longo prazo de IBPs deve ser evitado sempre que possível, pois os efeitos a longo prazo em bebês e crianças não são totalmente compreendidos. 
      • Menor Dose Eficaz: Use a menor dose eficaz para minimizar os riscos potenciais. 
    • Procinéticos: Esses medicamentos geralmente não são usados como terapia de primeira linha para DRGE.  

Mensagem prática:  

  • Faça uma abordagem individualizada: O melhor tratamento para a DRGE varia dependendo da idade da criança, sintomas e fatores de risco; 
  • Tente primeiro os tratamentos não farmacológicos, sempre que possível; 
  • Preferência por IBPs: Os IBPs são frequentemente preferidos em relação aos H2RAs para o tratamento da DRGE, mas seu uso deve ser cuidadosamente considerado, especialmente para uso a longo prazo. 

Confira os destaques do AAP 2024!

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