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Ortopedia27 agosto 2024

Qual é a epidemiologia das fraturas diafisárias dos metacarpos?

O estudo tem como objetivo determinar as características das fraturas diafisárias de metacarpo e discutir as melhores opções de tratamento. 

As fraturas de metacarpo estão entre as lesões mais comuns da mão e a sua diáfise é acometida em cerca de 31% dos casos de fraturas na mão. Acometem normalmente homens adultos jovens e o 4º e 5º raios são mais afetados. O mecanismo de trauma pode ser por força axial, trauma direto ou torcional. Existem inúmeras formas de tratamento para essas fraturas e há um gap na literatura de estudos randomizados comparativos sobre quais seriam as melhores opções.  

Diante disso, foi publicado esse mês na revista “Bone and Joint Open” um estudo com o objetivo de determinar a incidência e as características das fraturas diafisárias de metacarpo, descrever tratamentos usados e explorar variações na prática, documentar complicações e uso de recursos de cuidados secundários e explorar associações entre características do paciente e da fratura e modalidade de tratamento. 

 

O ESTUDO 

O estudo foi retrospectivo, multicêntrico (em seis hospitais do Reino Unido) e transversal. Foram selecionados pacientes maiores de 16 anos apresentando fraturas diafisárias do 2º ao 5º metacarpos entre agosto de 2016 e julho de 2017. O desvio das fraturas foi dividido em três grupos: não desviado, pouco desviado (definido como ≤ 30° no quinto metacarpo, ≤ 20° no quarto metacarpo, qualquer angulação visível no 2º e 3º metacarpo e encurtamento de ≤ 2 mm em qualquer metacarpo); e desvio acentuado (angulação ou encurtamento maior do que o descrito acima). 

Um total de 793 pacientes (75% homens, 25% mulheres) com 897 fraturas diafisárias de metacarpos foram incluídos, compreendendo 0,1% de 837.212 atendimentos nos departamentos de emergência. A incidência anual foi de 40 por 100.000. A idade média foi de 27 anos (IQR 21 a 41) e a maior incidência foi em homens de 16 a 24 anos. Fraturas transversas foram as mais comuns e mais de 80% de todas as fraturas foram tratadas de forma não cirúrgica, com variação entre os centros.  

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No geral, 12 tipos de tratamento não cirúrgico e seis tipos de cirúrgico foram usados. Padrão de fratura, complexidade, desvio e idade determinaram a escolha do tratamento. Pacientes que foram tratados cirurgicamente necessitaram de mais radiografias e acompanhamento radiológico e ambulatorial mais longo, e tiveram maior probabilidade de serem encaminhados para terapia de mão. Complicações ocorreram em 5% dos pacientes (39/793). A maioria dos pacientes compareceu ao acompanhamento planejado, com 20% (160/783) não comparecendo a pelo menos uma ou mais consultas clínicas. 

 

CONCLUSÃO 

As fraturas diafisárias dos metacarpos são lesões comuns nas mãos entre homens jovens e trabalhadores (economicamente ativos), mas há uma heterogeneidade considerável no tratamento, reabilitação e uso de recursos. Por sua frequência, acabam por gerar impacto nos recursos de saúde e para a sociedade; portanto, mais pesquisas são necessárias para otimizar o tratamento. 

 

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Referências bibliográficas

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