A pubalgia é mais frequente em atletas de esportes como futebol, rugby e hóquei, que requerem mudanças de direção rápidas e tem como sintomas dor baixa no abdômen ou inguinal que envolve os ossos e sínfise púbica, além de estruturas adjacentes. Como diagnósticos diferenciais há a disfunção da musculatura adutora da coxa, doenças do quadril como impacto femoroacetabular e osteíte púbica.
O principal mecanismo de lesão é a hiperextensão do tronco, hiperabdução da coxa e um desequilíbrio entre os fortes adutores da coxa e músculos abdominais inferiores fracos. O tratamento inicial é conservador e o tratamento cirúrgico é indicado quando refratário. Foi publicado recentemente na Revista Brasileira de Ortopedia um estudo com o objetivo de definir a epidemiologia dessa patologia.
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Métodos
Foram avaliados por profissionais do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, retrospectivamente, pacientes com dor abdominal inferior e inguinal, independentemente do sexo, idade, o tipo de esporte, a frequência do treinamento, o tempo decorrido desde o início dos sintomas e acompanhamentos anteriores com especialista de outubro de 2015 a fevereiro de 2018.
Resultados
A amostra foi composta por 245 pacientes com idade entre 14 e 75 anos e futebol e corrida foram os esportes mais prevalentes. A maioria dos participantes (58%) treinou ou jogou esportes 3 ou mais dias por semana. Depois de avaliar movimentos esportivos específicos, os sintomas pioraram em 24% dos pacientes ao mudar de direção; em 23%, ao chutar; em 22%, durante sprints e treinamento de velocidade; em 17%, em corridas longas; e em 14%, ao saltar.
Dor durante a relação sexual foi relatada por 13% dos pacientes. Para a maioria dos pacientes (80%), a região inguinal, os músculos adutores e o púbis (linha média) foram os principais sítios de dor. Os testes envolvendo contração do adutor contra resistência com extensão prolongada do joelho foram positivos em 77,6% dos pacientes, e aqueles envolvendo quadril e a flexão do abdômen contra resistência foram positivos em 76,7% da amostra.
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Conclusão e mensagem prática
O estudo demonstrou o predomínio da pubalgia em pacientes do sexo masculino que jogam futebol e praticam corrida. Na maioria dos casos (80%), ocorreu dor na região inguinal, nos músculos adutores e no púbis. A confirmação clínica do diagnóstico demorou mais de seis meses para a maioria dos pacientes.
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