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Ortopedia23 janeiro 2024

Quais são os desfechos relacionados às fraturas periprotéticas acetabulares?

Um estudo objetivou descrever características das fraturas periprotéticas acetabulares, os resultados e as complicações do tratamento.

As fraturas periprotéticas de quadril vêm crescendo em incidência nos últimos anos, em virtude da maior frequência de artroplastias totais de quadril realizadas mundialmente. Esse tipo de fratura ocorre mais comumente ao redor do componente femoral, sendo as fraturas peri-implante acetabular relatadas em pequenas séries e estudos de coorte. 

Visto isso, foi publicado esse mês na revista “Bone and Joint Open” um estudo com o objetivo de descrever características específicas das fraturas periprotéticas acetabulares (tipo III de Paprosky), os resultados funcionais e as complicações do seu tratamento. O estudo foi retrospectivo e baseado em pacientes de um hospital francês entre 2016 e 2021. 

Leia também: Características e risco para fraturas periprotéticas ao redor do quadril

Cirurgia precoce nas fraturas do quadril e sobrevida em pacientes anticoagulados

Cirurgia precoce nas fraturas do quadril e sobrevida em pacientes anticoagulados

O estudo

Foram coletados dados demográficos diretamente do prontuário  de cada paciente, juntamente com o tipo de fratura acetabular (classificação de Letournel) e fratura periprotética (classificação de Paprosky). Além disso, as fraturas foram classificadas como estáveis ou instáveis. Os resultados funcionais foram obtidos através do Harris Hip Score (HHS). 

A série incluiu 20 pacientes, com idade média de 77 anos (46 a 90). Todos os pacientes tinham pelo menos uma comorbidade. As radiografias mostraram que 75% das fraturas eram fraturas transversais puras, e um componente transversal estava presente em 90% dos pacientes. Todos foram submetidos a tratamento cirúrgico: redução aberta e fixação interna, revisão do componente acetabular, ou ambos.  

Leia mais: Qual a diferença biomecânica entre os implantes para fixação de fraturas diafisárias de metacarpos? – PEBMED 

O seguimento médio foi de 24 meses e o HHS após o acompanhamento foi de 75,5 (42 a 95). As principais complicações observadas foram luxações (30%) e infecções (20%). A necessidade de cirurgia de revisão foi observada em 30% dos pacientes e nenhuma luxação ocorreu em pacientes submetidos à osteossíntese com reconstrução.  

Também não foi notada soltura mecânica do componente acetabular, 

nem complicações tromboembólicas. Ao todo, 30% dos pacientes apresentavam anemia aguda necessitando transfusão, e uma morte foi relatada. 

Conclusão

As fraturas acetabulares periprotéticas pós-traumáticas frequentemente apresentam componente transversal que pode desestabilizar o implante acetabular. A frequência de complicações, principalmente luxações, levou a uma alta taxa de cirurgia de revisão. Melhorias no planejamento pré-operatório devem permitir melhorar o manejo para reduzir esse alto índice de complicações. Os melhores resultados foram obtidos quando a estratégia cirúrgica combinou osteossíntese com reconstrução acetabular.

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Referências bibliográficas

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