As artroplastias de quadril mais modernas podem chegar a uma taxa de sobrevida pós-operatória em dez anos que excede 90%. Com isso, vem aumentando bastante o número de fraturas periprotéticas de quadril com taxas de mortalidade em 30 dias ficando entre 3% e 5%, semelhante as de fraturas de fêmur.
Recentemente, o Unified Classification System (UCS) foi introduzido para classificar todos possíveis subtipos de fraturas em torno de artroplastias de articulações de grande porte. Esse sistema de classificação demonstrou ter excelente concordância inter e intraobservador.
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Os tipos da UCS foram classificados como AG (fratura do trocânter maior), AL (fratura do trocanter menor), B1 (fratura em torno de uma haste estável), B2 (fratura em torno de uma haste solta, com bom estoque ósseo), B3 (fratura ao redor de uma haste frouxa com pobre estoque ósseo), C (fratura distal ao implante e manto de cimento), D (fratura entre quadril e artroplastias de joelho, mais próximas do quadril) e E (fratura envolvendo a pelve e o fêmur).
Métodos
Foi publicado, na revista Bone and Joint Open, um estudo com o objetivo de descrever as características, estratégias de gestão e resultados dos diferentes graus de fratura UCS em fraturas periprotéticas de quadril. Além disso, foram avaliados o paciente, o mecanismo de lesão e o risco relacionado ao implante a cada grau de fratura UCS.
Usando um desenho de estudo colaborativo multicêntrico, independente dos dados de registro, foram identificados adultos de 29 centros britânicos com fraturas periprotéticas ao redor do quadril entre janeiro de 2010 e dezembro de 2019.
As radiografias foram avaliadas para a UCS. Paciente e características da lesão, manejo e resultados foram comparados entre os graus da UCS.
Um total de 1.104 pacientes foram incluídos. A maioria era do sexo feminino (57,9%; n = 639), de etnia branca (88,5%; n = 977), usavam auxílios de mobilidade (67%; n = 743) e tinham idade média de 82 anos (intervalo interquartil de 74 a 87). Um total de 77 (7%) apresentavam dor antes da fratura periprotética.
Resultados
O grau UCS mais comum foi B2 (33%; n = 368). As fraturas UCS tipo D tiveram os mais longos tempos de internação (média de 19 dias e IQR de 11 a 26), maior readmissão hospitalar (21%; n = 9), e maior taxa de descarga para redução cuidados (52%; n = 23). Regressão multinomial sugere que as hastes femorais não cimentadas estão associadas a um risco reduzido de UCS C (RRR 0,36 (intervalo de confiança de 95% 0,2 a 0,7; p = 0,002) e risco aumentado de UCS A (RRR 3,3 e IC 95% 1,9 a 5,7; p < 0,001), comparado à fratura UCS B.
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Conclusão
O tipo de FPP mais comum em pacientes idosos frágeis é o UCS B2. As hastes não cimentadas apresentam menor risco de fraturas UCS C em comparação com hastes cimentadas. Estudos em mais larga escala são importantes para identificar ainda mais a correlação entre implantes e subtipos de fratura.
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