Logotipo Afya
Anúncio
Ortopedia30 março 2025

A curva de aprendizado na cirurgia percutânea para correção de joanete é maior?

Revisão sistemática avaliou a curva de aprendizado associada à osteotomia minimamente invasiva de Chevron e Akin para correção de joanete

O hálux valgo (HV), também conhecido como joanete, é uma deformidade comum do pé, com prevalência de 23% em adultos e 36% em idosos, sendo mais comum em mulheres. O HV provoca morbidade significativa, dor no pé, alteração na marcha e equilíbrio, quedas, especialmente em idosos.  

O HV sintomático pode ser tratado cirurgicamente com técnicas abertas ou percutâneas. A cirurgia minimamente invasiva vem ganhando popularidade não só no meio médico, mas entre os pacientes. O interesse se dá devido às técnicas percutâneas apresentarem incisões menores, menos dor e recuperação mais rápidos. 

A osteotomia minimamente invasiva de Chevron e Akin (MICA) é uma técnica reprodutível com excelentes resultados. No entanto, dominar o procedimento MICA é reconhecido como tecnicamente desafiador, por necessitar de coordenação motora, compressão anatômica e radiográfica.  

A curva de aprendizado e o perfil de complicações observados com técnicas minimamente invasivas é algo que os cirurgiões levam em conta antes de implementar tais técnicas na sua prática. Diante disso, foi publicado na revista “BMC Musculoskeletal Disorders” uma revisão sistemática com objetivo de avaliar a curva de aprendizado associada à MICA. 

Saiba mais: Pacientes com 70 anos ou mais se beneficiam da cirurgia de hálux valgo?

Metodologia 

Os autores realizaram uma busca sistemática em bases de dados, EMBASE e PubMed, examinando 287 estudos, sendo excluídos 280 e avaliando 7 onde os desfechos principais abordavam resultados de interesse: tempo operatório, exposição à fluoroscopia e complicações. Uma análise comparativa quantitativa não pôde ser realizada, pois os estudos incluídos usaram métodos estatísticos diferentes para quantificar a curva de aprendizado 

Resultados 

O tempo de cirurgia e a exposição à fluoroscopia diminuíram significativamente (p<.001) entre décimo nono e trigésimo oitavo paciente, a partir desse número atingiram um platô. As taxas de complicação não mudaram significativamente com o aumento da curva de aprendizado, com exceção de um estudo que encontrou uma diferença significativa após a 42ª operação (p=.007). 

Mensagem prática 

O artigo sugeriu que a curva de aprendizado de 20 a 40 procedimentos MICA apresenta redução significativa nos tempos de operação e na exposição à fluoroscopia, sem diferença significativa na diminuição de complicações.  

As técnicas minimamente invasivas já são uma realidade nas cirurgias de pé e tornozelo com taxa de complicação e curva de aprendizado comparada às técnicas abertas. As dicas para achatar a curva de aprendizado consistem em um bom treinamento prévio em cadáver e escolha de pacientes com deformidades moderadas e baixos riscos de complicações intra/pós-operatórias. 

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Referências bibliográficas

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Ortopedia