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Oncologia28 junho 2018

Teste genético ajuda na decisão do melhor tratamento para o câncer da mama

Estudo TAILOR-X foi o primeiro a avaliar, de forma prospectiva, o papel de um teste genético na tomada de decisão do tratamento do câncer de mama.

Por Diogo Rodrigues

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Principal apresentação da sessão plenária do congresso da sociedade americana de oncologia, realizado neste mês de junho, em Chicago – EUA, o aguardado estudo TAILOR-X foi o primeiro a avaliar, de forma prospectiva, o papel de um teste genético na tomada de decisão do tratamento do câncer de mama.

O estudo em questão avaliou o papel do teste oncotype DX, que consiste em um painel genético de 21 genes e é utilizado em um perfil de pacientes em que a quimioterapia adjuvante não tem um benefício definido.

Foram 10.273 mulheres portadoras de tumores da mama totalmente ressecados e com receptores hormonais positivos, HER-2 negativos e sem metástases axilares linfonodais, que apresentavam um escore de recorrência pelo Oncotype DX de 11 a 25, considerado de risco intermediário para recorrência. Estas pacientes foram randomizadas para receber ou quimioterapia e hormonioterapia ou somente hormonioterapia, ambos em caráter adjuvante à cirurgia.

LEIA MAIS: Qual o rastreio ideal para o câncer de mama?

A terapia hormonal foi considerada não-inferior à terapia combinada, com um hazard ratio para sobrevida livre de doença de 1.08 (IC de 0.94-1.24) e, após nove anos de seguimento, os dois tratamentos tinham taxas de sobrevida global semelhantes, de 83.3% e 84.3%, respectivamente.

Os resultados apresentados mostram então que, em pacientes que apresentem escore de 11 a 25 no Oncotype DX, tumores de até 5 cm (T2N0), positividade dos receptores hormonais e HER2 negativo, o tratamento com hormonioterapia adjuvante foi estatisticamente similar (ou não-inferior) à combinação da quimioterapia com hormonioterapia.

Sendo assim, as pacientes que apresentam este perfil de doença não têm necessidade de serem expostas à quimioterapia, sendo então poupadas de todos os riscos e efeitos colaterais secundários a este tratamento. Espera-se que, apesar do custo alto para sua realização, este exame (ou outros de similar eficácia) possam estar cada vez mais disponíveis para melhorar, através da medicina personalizada, a qualidade do tratamento do câncer da mama.

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Referências:

  • Joseph A. Sparano et al. Adjuvant Chemotherapy Guided by a 21-Gene Expression Assay in Breast Cancer. The New England Journal of Medicine. June 3, 2018. DOI: 10.1056/NEJMoa1804710.

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