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Ginecologia e Obstetrícia16 novembro 2017

Câncer de mama e câncer de ovário hereditário: veja novas diretrizes do ACOG

O ACOG (The American College of Obstetricians and Gynecologists) publicou, em setembro de 2017, algumas recomendações sobre câncer de mama e câncer de ovário hereditário.

Por Colunista

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Câncer de mama possui incidência de 25% novos casos ao ano. Em 2016, de acordo com o Inca, tivemos 57.960 casos no Brasil. Cerca de 5% a 10% dos cânceres de mama são hereditários e 10-15% possuem história familiar positiva (câncer familial).

Existem algumas síndromes genéticas conhecidas para o câncer de mama. A mais frequente e estudada é a mutação BRCA 1 e BRCA 2, conhecida como câncer de mama e câncer de ovário hereditário. O ACOG (The American College of Obstetricians and Gynecologists) publicou, em setembro de 2017, algumas recomendações sobre essa síndrome genética.

– O aconselhamento genético é recomendado para pacientes que têm o diagnóstico de câncer epitelial de ovário, incluindo tuba uterina ou câncer peritoneal primário, e para indivíduos que possuem uma história pessoal ou familiar de câncer de mama ou ovário.

– Após o aconselhamento, aquelas pacientes que possuem mutações BRCA ou outra mutação semelhante relacionada à predisposição do câncer de mama devem ser oferecidas mastectomia redutora de risco bilateral.

– Mulheres com BRCA ou que carregam outra mutação semelhante relacionada ao câncer de ovário devem ser oferecidas com salpingoooforectomia bilateral com redução de risco.

– O momento da cirurgia pode variar conforme a mutação genética, os desejos da paciente de constituir prole e a história familiar. Recomenda-se realizar salpingooforectomia com 35-40 anos para os portadores de BRCA-1, pois possuem maior risco de ter câncer de ovário ao longo da vida. Já as portadoras de BRCA-2 podem adiar a cirurgia até os 40-45 anos de idade segundo recomendações da ACOG.

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– Para realização de salpingooforectomia bilateral redutora de risco todo o tecido dos ovários e das trombas deve ser removido. Deve ser realizado lavado peritoneal para avaliação aprofundada das superfícies peritoneais a procura de eventuais implantes. E na avaliação histopatológica é necessário corte completo série dos óvulos e das tubas uterinas com exame microscópio para achados de câncer nocivo.

– O teste genético é recomendado quando os resultados de uma avaliação de risco detalhada é realizada como parte do aconselhamento genético, sugerindo a presença da síndrome de câncer hereditário, para quais genes específicos foram identificados e quando os resultados dos testes provavelmente influenciarão a decisão médica de follow-up.

– As duas principais opções de testes genéticos para a síndrome hereditária de câncer de mama e ovário são testes de mutação BRCA e testes de painel multigênico que incluem BRCA e outras mutações genéticas. O teste de painel multigênico pode ser útil quando mais de um gene pode estar associado a uma síndrome de câncer hereditária ou quando um paciente possui histórico pessoal ou familiar consistente com uma susceptibilidade ao câncer hereditária, mas o teste de um único gene não identificou uma variante patogênica.

– Em mulheres com mutações BRCA ou com antecedentes familiares de câncer de ovário, não é recomendado o rastreio de rotina de câncer de ovário com medição do nível sérico de CA 125 ou ultrassonografia transvaginal. A ultrassonografia transvaginal ou a medição do nível sérico de CA 125 podem ser razoáveis para a vigilância a curto prazo em mulheres com alto risco de câncer de ovário a partir dos 30-35 anos até o momento em que eles optam por promover a salpingooforectomia bilateral com redução de risco, o que é a única intervenção comprovada para reduzir a mortalidade específica do câncer de ovário.

Essas são as atualizações da ACOG sobre o tema de extrema relevância clínica e muito debatido nos dias atuais (Congressos e Reuniões da Mastologia).

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