Levando-se em consideração a incidência de aproximadamente 30% de doença metastática em pacientes com câncer de mama diagnosticados em estágio inicial, esse estudo buscou avaliar biomarcadores e avaliação de genes e polimorfismos na tentativa de identificar possíveis padrões de risco para recorrência da doença.
O processo de metástase pode ocorrer por instabilidade genética na célula tumoral, associado à cascata metastática, que compreende motilidade, invasão, modulação, plasticidade e colonização.
A possibilidade de utilizar dados genéticos para definir a condução dos casos pode levar à melhoria nos índices de sobrevida associados ao câncer de mama metastático, utilizando-se mecanismos biológicos como alvos para abordagens terapêuticas.
A pergunta dos autores desta revisão analisada a seguir foi: “quais polimorfismos de nucleotídeos únicos estão associados a metástases em pacientes com câncer de mama nos últimos cinco anos?”
Saiba mais: Rastreamento do Câncer de Mama
Métodos
Foram incluídos estudos com pacientes maiores de 18 anos com diagnóstico de câncer de mama, com foco em variantes genéticas e em língua inglesa, sendo elegíveis 86 artigos.
Resultados
No caso do câncer de mama triplo negativo, houve correlação genotípica entre metástase linfonodal e fator de crescimento transformador beta1 (TGFB1), gene com atividade que regula o crescimento e dimerização de proteínas envolvidas no crescimento e diferenciação celular, assim como microambiente e resposta imune.
Enquanto esse gene atua como supressor de tumor em estágios iniciais do câncer de mama, conforme há avanço da doença sua superexpressão leva à hiperatividade da via, com aumento do risco de progressão e metástase.
Outro gene de grande importância nesse cenário foi MMP-2, com funções que envolvem remodelação vascular, reparação de tecidos e inflamação, de tal forma que a desregulação dessa via pode promover um microambiente favorável à proliferação celular de células cancerígenas.
Já em pacientes com câncer de mama HER2 positivo, foram evidenciadas relações com alguns genes e seus respectivos polimorfismos, como KRAS rs61764370.
No caso, do estrogênio, há evidências de que receptores com mau funcionamento possam exercer função desreguladora em processos celulares, alterando ciclos de degradação, divisão e multiplicação celular, com alterações em sua sinalização podendo ocorrer durante o processo de tumorigênese da mama.
Conclusão e mensagem prática
Os autores destacam que a aplicabilidade de estudos genômicos deve envolver populações mais diversas e representativas, sendo os drivers biológicos um possível alvo para abordagens terapêuticas e de tratamento de precisão.
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