O Ministério da Saúde anunciou, nesta semana, novas diretrizes para o rastreamento do câncer de mama. A principal alteração é a inclusão de mulheres entre 40 e 49 anos, que passam a ter acesso ao exame de mamografia mediante solicitação médica ou vontade própria, sem obrigatoriedade de rastreamento periódico nessa faixa.
Até então, o protocolo nacional previa mamografia apenas para mulheres de 50 a 69 anos, a cada dois anos, mesmo sem sintomas. Agora, além de ampliar a indicação para o público mais jovem, a faixa etária do rastreamento foi estendida até os 74 anos. Acima dessa idade, a recomendação passa a depender das condições de saúde e expectativa de vida da paciente.
Diagnóstico precoce do câncer de mama
A Sociedade Brasileira de Mastologia já defendia a realização anual do exame a partir dos 40 anos. Em 2024, dados do Ministério da Saúde mostram que mais de 30% das mamografias realizadas no país foram feitas em mulheres abaixo dos 50 anos.
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O governo pretende reforçar a rede de atenção oncológica com diferentes iniciativas. Uma delas é a ampliação do programa de unidades móveis de saúde: em outubro, 27 carretas devem circular por 22 estados oferecendo consultas, mamografias e biópsias. Além disso, será lançado um manual de diagnóstico precoce para apoiar profissionais da atenção primária.
Outro ponto é o investimento de R$ 100 milhões em parceria com o CNPq para pesquisas sobre câncer de mama, colo de útero e colorretal.
As mudanças incluem também a incorporação de medicamentos inovadores no SUS, como inibidores de CDK 4/6, trastuzumabe entansina e hormonioterapia injetável, além do uso ampliado da neoadjuvância em tumores em estágios iniciais.
Impacto esperado
O câncer de mama é o mais frequente entre mulheres no Brasil. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar 73.610 novos casos de câncer de mama por ano no triênio 2023-2025. Com as novas medidas, o governo espera reduzir diagnósticos tardios, ampliar o acesso a terapias modernas e alinhar o SUS às recomendações de sociedades médicas nacionais e internacionais.
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