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Oncologia17 março 2025

Atividade física e dexametasona para fadiga relacionada ao câncer

Artigo buscou determinar a aderência, segurança e satisfação dos pacientes comparando o uso de dexametasona associada à prática de atividade física
Por Lethícia Prado

Esse estudo foi elaborado com o objetivo de avaliar a principal queixa dos pacientes com diagnóstico oncológico, que está relacionada tanto à doença de base quanto aos efeitos adversos do tratamento.  

A definição de “fadiga” inclui uma sensação física ou subjetiva de cansaço ou exaustão relacionada ao câncer ou ao seu tratamento, não proporcional às atividades recentes e que gera impacto na funcionalidade, sendo mais frequente nos pacientes com doença avançada, gerando impacto em qualidade de vida, atividades diárias, interação social e tratamento paliativo. 

Embora muito prevalente, poucos avanços foram feitos ainda para melhor tratamento dessa condição, sendo uma das intervenções mais comuns o estímulo à prática de atividade física e o uso de dexametasona, com estudo sugerindo maior benefício com a utilização combinada desses agentes. 

Nesse estudo fase 2, os autores buscaram determinar a aderência, segurança e satisfação dos pacientes comparando o uso de dexametasona associada à prática de atividade física versus exercício físico com placebo, avaliando esse impacto através de questionários específicos para mensurar fadiga, qualidade de vida, ansiedade e qualidade do sono. 

Os critérios de inclusão abrangiam pacientes com diagnóstico de câncer avançado com fadiga, mensurada através de questionários, capacidade cognitiva adequada, sem ansiedade ou depressão, expectativa de vida de, pelo menos, quatro meses, ausência de doença cardíaca importante, sem história de quedas, hemoglobina maior ou igual a 8g/L, ausência de infecções ou diagnóstico de diabetes não controlado. 

Veja também: Uso de dexametasona em pacientes com HIV e meningite tuberculosa

dexametasona

Métodos 

Foram incluídos 64 pacientes para programas de atividade física que envolvia exercícios de resistência e caminhada por quatro semanas com dexametasona 4mg, duas vezes ao dia ou placebo nos primeiros sete dias. No caso dos exercícios de resistência, o programa incluía duas séries de 12 repetições cada de diferentes grupos musculares, pelo menos, três vezes na semana, com caminhadas de, pelo menos, 30 minutos, no mínimo, cinco vezes na semana. 

Resultados 

Os resultados, avaliados através de questionários, demonstraram melhora clinicamente significativa da fadiga em 33% dos pacientes do grupo tratado com dexametasona, com melhora mantida mesmo após a suspensão da droga, sugerindo que o uso do corticóide no início pode ajudar na manutenção da prática de atividade física. 

Conclusão e mensagem prática 

Os autores destacam também que em estudos prévios com doses de 8mg/dia e 16 mg/dia de dexametasona houve impacto e melhora da fadiga sem, contudo, haver diferenças quanto às diferentes doses utilizadas. A utilização na medicação parece também interferir na aderência ao programa de tratamento e atividade física.  

Esse trabalho conclui que o uso de dexametasona ou placebo por sete dias associado a programas de atividade física foi capaz de melhorar a satisfação e aderência ao programa de exercícios, com o braço tratado com dexametasona apresentando também melhora das queixas relacionadas a fadiga, com efeito mantido mesmo após três semanas da descontinuação do corticoide.  

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Referências bibliográficas

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