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Nutrologia29 novembro 2019

Nutrologia médica: a importância de relembrar o conceito

Em uma publicação anterior coloquei no que consiste a nutrologia médica, visto que o interesse pela área vem crescendo a cada dia.

Em uma publicação anterior coloquei para vocês que acompanham o Portal PEBMED no que consiste a nutrologia médica, visto que o interesse pela área vem crescendo a cada dia. Pensando em conceito, devemos sempre nos lembrar que o básico bem feito é o que trará de fato resultado para o paciente acompanhado. E falando de básico percebo que durante a graduação muito se perde das nossas bases, sendo a bioquímica e fisiologia carros-chefes nessa atuação médica.

Com isso vamos nos recordar que a definição dos nutrientes e de suas características gerais é importante, não só para a sua identificação em alimentos ou produtos alimentares, mas também para que possam ser relacionados com os diferentes compartimentos corporais. Além de energia, os seres humanos necessitam de um aporte adequado de macro e micronutrientes para manterem a vida. Os macronutrientes incluem carboidratos, os lipídeos e as proteínas, enquanto os micronutrientes incluem as vitaminas e os minerais.

Quando se pensa no conceito básico destes macros e micronutrientes, ampliamos nossos conhecimentos e facilitamos a compreensão das diferentes formas de abordagem nutricional, como a prevenção, o diagnóstico ou tratamento dos distúrbios nutrológicos primários ou secundários.

Leia também: Suporte nutricional reduz risco de mortalidade em pacientes internados?

médico de nutrologia escrevendo em uma mesa com alguns alimentos ao lado

Nutrologia conceitual

Vale começar recordando que o potencial energético dos alimentos ou tecidos corporais depende de sua composição química e, considerando o potencial energético e as perdas fisiológicas pela digestibilidade aparente, os carboidratos (CHO) fornecem 4 kcal/g, as gorduras 9 kcal/g, as proteínas 4 kcal/g e o álcool 7 kcal/g.

Com poucas exceções, as células do organismo humano utilizam os intermediários metabólicos dos carboidratos, lipídeos e proteínas para a produção de energia. A glicose é o substrato energético das hemácias e células do sistema nervoso central, embora corpos cetônicos possam ser usados pelos neurônios após adaptação à condição de jejum.

O balanço energético considera o aporte energético proveniente dos alimentos (e álcool), a termogênese, a atividade física e o gasto energético necessário para necessários para a deposição de novos tecidos durante o crescimento, a gestação e a lactação.

Um pouco mais de conceito é importante saber que a quantidade de energia que se usa diariamente é denominada gasto energético total (GET), sendo composta por gasto energético em repouso (GER), efeito térmico do alimento e gasto energético decorrente da atividade física. Um dado muito interessante é sobre o efeito térmico dos alimentos, o qual corresponde ao gasto de energia associado à digestão, à absorção e à metabolização dos alimentos e nutrientes.

Leia mais: Nutrologia: avanços, desafios e oportunidades

Macronutrientes

Passando um pouco em cada macronutriente, tem-se que os carboidratos são biomoléculas mais abundantes no planeta, representando um grupo de moléculas formadas a partir de átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, eventualmente possuindo nitrogênio, enxofre e fósforo. Vale lembrar que sua principal função é prover e armazenar energia, porém ainda tem função estrutural, participando da formação das membranas celulares e como matéria-prima para a biossíntese de outras biomoléculas. Após a digestão e a absorção, a energia térmica contida no interior das moléculas de carboidratos é convertida em ligações altamente energéticas de fosfato, que é a principal fonte energética celular.

O armazenamento de energia na forma de carboidrato ocorre preferencialmente sob a forma de glicogênio hepático e muscular, e também no sangue, sob a forma de glicose; a energia ofertada por este macronutriente impede que haja degradação proteica muscular, a fim de gerar energia, sendo a glicose o substrato energético preferencial do sistema nervoso central.

As proteínas são macromoléculas compostas de uma ou mais cadeias de polipeptídeos, formadas pelo conjunto de aminoácidos agregados em longas cadeias por meio de ligações peptídicas; e são encontradas tanto no reino animal, quanto no reino vegetal; sendo que as fontes consideradas completas são as de origem animal.

Apresenta a sua importância, pois além da função estrutural tecidual, as proteínas também atuam na formação de enzimas carreadoras e transportadoras, hormônios e anticorpos; estas participam do balanço energético e da regulação do processo metabólico; os aminoácidos também fornecem nitrogênio e compostos sulfurados ao organismo; sob a forma de lipoproteínas, as proteínas participam do transporte lipídico e são fundamentais para a homeostase, mantendo a regulação osmótica entre os diferentes fluidos no organismos e contribuindo para a manutenção do equilíbrio ácido-básico, em razão da sua estrutura capaz de combinar com compostos ácidos ou básicos.

Por fim temos os lipídeos ou gorduras, um grupo de macromoléculas que representa cerca de 20% do peso corporal de uma pessoa saudável, com função estrutural hormonal, transportadora de vitaminas e reserva energética; o que constitui os lipídeos são os ácidos graxos, os quais podem circular livremente no organismo, mas também ligados à molécula de glicerol, constituindo os triacilglicerídeos. Dentro deste grupo há ainda particularidades dos diferentes lipídeos, principalmente quando falamos a respeito das suas propriedades físico-químicas.

Em um próximo momento falaremos a respeito dos microelementos e a sua importância para manutenção da saúde.

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Referências bibliográficas:

  • Guyton AC, Hall JE. Metabolismo das proteínas. In: Guyton AC, Hall JE (eds.). Tratado de fisiologia médica. 11 . ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006;
  • Demonte A. Carboidratos. In: Dutra de Oliveira JE, Marchini JS (eds.). Ciências nutricionais – Aprendendo a aprender. 2.ed. São Paulo: Sarvier, 2008;
  • Santos TM. Lipídeos. In: Dutra de Oliveira JE, Marchini JS (eds.). Ciências nutricionais – Aprendendo a aprender. 2.ed. São Paulo: Sarvier, 2008.
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