Nesta semana, publicamos uma revisão sobre diagnóstico e tratamento da vertigem posicional paroxística benigna. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, vamos apresentar um pouco mais sobre a VPPB.
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VPPB
Definição: A vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) é caracterizada por uma sensação anormal de movimentação provocada por determinadas posições.
Inicialmente descrito em 1921 por Barany. Recebeu posteriormente a nomenclatura atual por Dix e Hallpike, em 1952.
A VPPB é a causa de vertigem periférica mais comum na população, sendo responsável por cerca de 20% das causas de vertigem dos pacientes que buscam atendimento médico.
Quanto ao local de acometimento, é possível dividir em canal posterior e canal lateral, sendo a VPPB de canal semicircular (CSC) posterior a mais comum (a ser abordada exclusivamente nesse texto).
Fisiopatologia
Dois mecanismos contribuem para a VPPB:
- Cupulolitíase: Presença de materiais basofílicos e cristais de oxalato de cálcio aderidos à cúpula dos CSC faria com que a cúpula funcionasse com um transdutor de aceleração angular, promovendo a sensação de vertigem, mesmo na ausência de movimentos;
- Canalolitíase: Esse mecanismo propõe a existência de fragmentos livres de material denso no CSC (principalmente o posterior). Com a aceleração rotacional da cabeça, a movimentação dessas partículas, associada à deflexão da cúpula, seria responsável pelos sintomas (nistagmo e vertigem).
Anamnese
Sintomas:
- Quadro clínico de vertigem desencadeado por movimentação da cabeça;
- A vertigem ocorre por um período rápido (segundos a minutos), em fases: Piora progressiva, platô e, por último, melhora gradual;
- A intensidade da vertigem reduz após movimentações sucessivas;
- Não é associada a alterações auditivas;
- Não há outros sintomas neurológicos associados.
Sinais:
- Nistagmo torsional, em que a parte alta do olho gira no sentido do ouvido afetado. Frequentemente há um componente vertical (para cima) associado. O movimento ocular é precipitado pela manobra de Dix-Hallpike;
- Nistagmo torsional, em que a parte alta do olho gira no sentido do ouvido contralateral. Frequentemente associado a um componente vertical (para baixo). O movimento ocular é precipitado pela manobra de Dix-Hallpike reversa;
- O nistagmo tem curta duração, aparece rapidamente e dura menos de 1 minuto, com um aumento seguido de redução de intensidade;
- Outras causas periféricas de nistagmo são excluídas.
Exame Físico
Manobra de Dix-Hallpike:
- Posição inicial: Paciente sentado com as pernas estendidas na maca e a cabeça rodada lateralmente a 45 graus (para o lado a ser avaliado). O examinador segura a cabeça do paciente para promover um movimento rápido de deitar na posição horizontal;
- Na posição deitada, o paciente deve ficar com a cabeça pendendo para trás, aproximadamente 30 graus abaixo da linha da maca. É importante que o investigado fique com olhos abertos e olhar fixo, devendo o examinador observar a ocorrência de nistagmo por alguns segundos após a manobra;
- A manobra reversa é feita do mesmo modo, entretanto a posição inicial é com a cabeça rodada a 45 graus para o lado contralateral.
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