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Neurologia10 agosto 2019

Whitebook: diagnóstico e tratamento da Doença de Parkinson

Em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook, separamos mais algumas informações sobre a Doença de Parkinson.

Por Renata Grota

Essa semana no Portal da PEBMED, publicamos um artigo sobre as seis novidades em relação ao tratamento da Doença de Parkinson. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, separamos a apresentação clínica e abordagem terapêutica da Doença de Parkinson.

Veja as melhores condutas médicas no Whitebook Clinical Decision!

Este conteúdo deve ser utilizado com cautela, e serve como base de consulta. Este conteúdo é destinado a profissionais de saúde. Pessoas que não estejam neste grupo não devem utilizar este conteúdo.

Apresentação Clínica

Anamnese

Antes de tudo, é fundamental pontuar que o principal sintoma dessa doença não é o tremor. Para fins didáticos serão divididos em sintomas motores e sintomas não motores.

  1. Sintomas Motores:
    – Bradicinesia: O principal e mais importante sintoma da DP é a bradicinesia (lentidão na realização dos movimentos). Ela pode se manifestar junto com movimentos com amplitude reduzida, menor quantidade de movimentos além de hipomimia (perda da expressão facial), hipofonia e micrografia.
    Rigidez: Rigidez, caracterizada por resistência a movimentação passiva de uma articulação é outro sintoma cardinal da DP. Uma forma de avaliar tal sintoma é avaliar a amplitude de movimento do punho ou do cotovelo, enquanto o paciente faz o mesmo movimento com a articulação contralateral, dessa forma é possí­vel notar o fenômeno da roda denteada (resistência fragmentada e articulada à realização do movimento passiva na articulação examinada).
    Tremor: Tremor em repouso, presente em cerca de 70% dos pacientes é caracterizado por uma frequência de 4 a 6 Hz, unilateral e distal, inicialmente ficando com o tempo mais proximal e bilateral, mantendo assimetria.
    Instabilidade postural: Incapacidade de manter a postura adequada após desequilí­brio e quedas precoces caracterizam esse sintoma. Quando presente no iní­cio da doença caracterizam um marcador de prognóstico ruim.
  2. Sintomas Não Motores:
    – Depressão, hiposmia, disautonomia, fadiga, constipação, transtornos do sono REM, insônia, sonolência diurna,disfunção sexual, sí­ndrome das pernas inquietas.
    – Fatores de risco: História familiar positiva para DP, história de traumatismo da cabeça, exposição a agrotóxicos.

Abordagem Terapêutica

A decisão de iniciar terapia médica sintomática em pacientes com DP é determinada pelo grau em que o paciente está funcionalmente prejudicado. O momento dessa decisão varia muito entre os pacientes, mas é influenciado por vários fatores, incluindo: O efeito da doença na mão dominante, o grau em que a doença interfere no trabalho, nas atividades da vida diária ou na função social e de lazer, a presença de bradicinesia significativa ou distúrbio da marcha e valores e preferências do paciente em relação ao uso de medicamentos.

Os principais medicamentos disponíveis para o tratamento dos sintomas motores da DP incluem:

  • Levodopa;
  • Agonistas de dopamina (DAs);
  • Inibidores da monoamina oxidase tipo B (MAO B);
  • Agentes anticolinérgicos;
  • Amantadine;
  • Inibidores da catecol-O-metil transferase (COMT).

Os seguintes princípios gerais podem ser usados ​​para guiar a escolha da terapia na DP sintomática:

  • A levodopa é o fármaco mais eficaz para o tratamento sintomático da DP, é a droga de primeira escolha se os sintomas, particularmente os relacionados à bradicinesia e instabilidade postural;
  • Os inibidores da MAO B, selegilina e rasagilina, podem ser úteis em pacientes com doença de Parkinson precoce, mas têm apenas um benefício sintomático modesto como monoterapia;
  • As drogas anticolinérgicas são mais úteis como monoterapia em pacientes com menos de 70 anos de idade com tremores perturbadores que não apresentam bradicinesia ou distúrbio de marcha significativos. Eles também podem ser úteis em pacientes com doença mais avançada que apresentam tremor persistente, apesar do tratamento com levodopa;
  • A amantadina é uma droga antiparkinsoniana relativamente fraca, com baixa toxicidade, que é mais útil no tratamento de pacientes mais jovens com doença de Parkinson precoce ou leve, e talvez mais tarde, quando a discinesia se torna problemática;
  • Pacientes jovens desenvolvem sintomas discinéticos (complicação temida após uso de levodopa por alguns anos em boa parte dos pacientes) mais comumente;
  • Pacientes com sintomas graves/incapacitantes devem ser tratados com levodopa;
  • Sempre usar a menor dose de droga possí­vel para manter o paciente bem, evitando desenvolvimento de discinesias;
  • Levodopa benserazida 100/25 mg (disponí­vel nas farmácias populares do Brasil) dividido em 4 tomadas ao longo do dia. A dosagem vai sendo escalonada de acordo com a necessidade de cada paciente, podendo chegar a 1,5/2 g dia. É fundamental pontuar que a medicação deve ser tomada 30 minutos antes das refeições.

Outras Drogas

Selegilina: Existe a possibilidade dessa medicação exercer um efeito protetor. Dosagem: de 5 mg 1 vez ao dia, chegando a 10 mg/dia.
Pramipexol: Agonista dopaminérgico que possui baixo perfil de indução de discinesias. Atentar para sintomas de impulsividade. Dosagem: 0,125 mg 2 a 3 vezes por dia, podendo chegar gradualmente a 0,5 mg 3 vezes por dia.
Entacapone: Inibidor da COMT, enzima que catalisa a levodopa, deve ser tomado junto com ela. Dosagem: 200 mg 4 vezes por dia.

Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia-a-dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica. Para saber mais, recomendamos a leitura dos termos de uso dos nossos produtos.
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