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A parada cardíaca (PCR) extra-hospitalar apresenta desafios ao sistema de saúde:
- Reconhecimento da parada
- Acionamento do socorro médico
- Desfibrilador automático para pronto-uso
- Provimento de massagem cardíaca por pessoas no local
- Chegada do socorro médico especializado
E tudo isso o mais rápido possível: “time is brain”! Quando o paciente consegue atravessar estas etapas, mas ainda permanece em PCR, há uma dúvida: o paciente irá se recuperar? Quais as chances de sequelas? O método padrão utilizado atualmente é:
- ritmo não chocável
- PCR não testemunhada
- mantém PCR mesmo com RCP antes do transporte.
Em teoria, quando os três critérios estão presentes, a chance de recuperação seria mínima e o socorrista estaria autorizado a suspender a RCP e declarar o óbito.
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Um novo estudo avaliou as variáveis preditores nos casos de PCR extra-hospitalar. Foram incluídos pacientes >20 anos, sem trauma, e que chegaram no hospital ainda em PCR. Ou seja, quem a RCP foi eficaz “no campo” não participou do estudo: por isso, na amostra de 852 pacientes, a maioria (701) tinha como causa da PCR um ritmo não chocável. Do total de pacientes, apenas 95 tiveram alta hospitalar vivos, um terço com pouca ou nenhuma sequela.
Após análise multivariada, os autores propuseram o escore SWAP, com quatro variáveis. Quanto maior a pontuação, pior o prognóstico, de modo que um SWAP máximo (4 pontos) tem 97% de especificidade para predizer ausência de sobrevida com sequelas mínimas ou ausentes.
Ritmo não chocável | 1 ponto |
PCR não testemunhada | 1 ponto |
Idade > 60 anos | 1 ponto |
pH ≤ 7,00 | 1 ponto |
Qual a mensagem prática?
Este escore ainda precisa ser validado em outras populações e países, mas a mensagem clínica é: ritmo não chocável, idosos, RCP prolongadas, PCR não testemunhadas, são todos preditores de mau prognóstico, e devem levar o médico a não prolongar de modo fútil uma RCP.
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Referências:
- MORRISON, Laurie J et al. Validation of a Rule for Termination of Resuscitation in Out-of-Hospital Cardiac Arrest. 3 de agosto, 2006 N Engl J Med 2006; 355:478-487. DOI: 10.1056/NEJMoa052620
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