Pacientes que sobrevivem a acidentes vasculares hemorrágicos (AVCh) são mais propensos a desenvolver epilepsia do que as pessoas que têm acidentes vasculares cerebrais isquêmicos (AVCi), de acordo com um estudo da Dinamarca.
Sabemos que o AVC é a causa mais comum de epilepsia em pessoas com mais de 65 anos de idade e vários estudos anteriores indicaram que o AVCh está associado a um maior risco de epilepsia do que o AVCi, no entanto, o AVCh é responsável por apenas cerca de 10 % dos AVCs e, portanto, o AVCi é a causa mais comum de epilepsia pós-AVC.
O estudo
Os autores observaram que, na Dinamarca, todas as admissões com AVC agudo estão no Registro Dinamarquês de AVC, incluindo informações sobre o tipo, gravidade e vários fatores de risco. Para fins do estudo, o desfecho primário foi qualquer diagnóstico de epilepsia ou estado de mal epiléptico conforme identificado no Registro Nacional de Pacientes da Dinamarca.
A equipe de pesquisa incluiu 7.661 pacientes com hemorragia intracerebral, 70.157 com AVCi agudo e 10.301 com ataques isquêmicos transitórios. No total, 3.483 pacientes foram diagnosticados com epilepsia nos primeiros quatro anos após o AVC.
O acompanhamento começou 14 dias após o ictus, já que convulsões iniciais podem fazer parte do quadro agudo. Os pacientes foram acompanhados desde o primeiro AVC até o desfecho primário, morte, emigração ou 31 de dezembro de 2016.
O risco mais alto foi observado no primeiro ano após hemorragia intracerebral muito severa, onde o risco de ser diagnosticado com epilepsia ou estado de mal epiléptico foi de 9,8%.
Para comparação, o mesmo número foi de 5,1% para pacientes com hemorragias leves, 7,8%para pacientes com AVCi agudos graves e 1,3% para pacientes com AVCi agudos leves. A taxa de epilepsia entre os pacientes que tiveram ataques isquêmicos transitórios foi inferior a 1%.
Leia também: Os melhores avanços em pesquisas nas doenças cardiovasculares e AVC pela AHA em 2021
Conclusão
Uma mensagem do trabalho é que a maior parte da epilepsia pós-AVC ocorre nos primeiros anos após o ictus e que o risco é altamente influenciado pela gravidade do acidente.
Referência bibliográfica:
- AES Abstract 1.373: Ebbesen M, Christensen J, Dreier J. et al. Annual absolute risk of epilepsy after stroke. A nation-wide register-based cohort study. https://cms.aesnet.org/abstractslisting/annual-absolute-risk-of-epilepsy-after-stroke–a-nation-wide-register-based-cohort-study
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.