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Neurologia2 janeiro 2019

Qual é a incidência de AVC isquêmico em usuários de novos anticoagulantes?

Um estudo recente comparou pacientes utilizando varfarina e novos anticoagulantes orais quanto ao desfecho do AVC isquêmico. Confira os resultados:

Por Maiane Pauletto

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

Fibrilação atrial é um fator de risco importante para acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi), um dos motivos para prescrição de anticoagulantes. Os antagonistas da vitamina K, como a varfarina, são uma das opções para anticoagulação, mas possuem a desvantagem de necessitar de controle da dosagem através do INR frequentemente e tempo longo até ajuste da dose ideal.

Os novos anticoagulantes orais, como dabigatrana, rivaroxabana, apixabana e edoxabana, surgiram como uma alternativa à varfarina. Possuem início de ação rápido e meia-vida curta. Entre as desvantagens, inclui-se o alto custo e testes complexos para avaliação da eficácia.

Um estudo realizado nos EUA comparou pacientes utilizando varfarina e novos anticoagulantes quanto ao desfecho AVE isquêmico. A conclusão obtida foi que os pacientes em uso de novos anticoagulantes apresentaram maior incidência do desfecho, resultado estatisticamente significativo. No entanto, a diferença não foi estatisticamente significativa quando individualizado para o uso de edoxabana e rivaroxabana.

Leia mais: Stroke-heart syndrome: qual é a relação entre AVC isquêmico e cardiopatia?

A prevalência de fatores de risco, como hipertensão, diabetes mellitus, idade de 75 anos ou mais, insuficiência cardíaca e sexo feminino, era maior nos usuários de varfarina. Com base na pontuação do NIHSS, a gravidade do AVE também foi maior com varfarina.

Em contraste, a frequência de AVE hemorrágico é menor em usuários de novos anticoagulantes. Entretanto, os acidentes isquêmicos são mais comuns que os hemorrágicos, motivo que tem gerado preocupação.

Uma das hipóteses cogitadas é que os usuários de novos anticoagulantes são menos fortemente anticoagulados, o que se justificaria pelo menor tempo de início de efeito o que não provocaria uma sobredosagem compensatória e pela meia-vida curta, podendo resultar na perda da anticoagulação se o paciente não tomar a medicação corretamente. Logo, o monitoramento da anticoagulação para os novos anticoagulantes orais afim de evitar eventos isquêmicos é necessário e uma necessidade ainda não resolvida.

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Referências:

  • SHPAK, M; RAMAKRISHNAN, A; NADASDY, Z et al. Higher Incidence of Ischemic Stroke in Patients Taking Novel Oral Anticoagulants. Stroke, n.49, p.2851-2856, 2018.
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