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O papel da dieta na esclerose múltipla (EM) continua a ser amplamente desconhecido. Pensando nisso, pesquisadores analisaram os efeitos da alimentação sobre a taxa de recorrência da EM em crianças, faixa etária que apresenta maior taxa de reincidência. Os resultados foram publicados essa semana no Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry.
Para isso, foi realizado um estudo multicêntrico em 11 centros pediátricos de EM nos Estados Unidos. Pacientes com esclerose múltipla recorrente-remitente (EMRR) ou síndrome clinicamente isolada com início da doença antes dos 18 anos de idade e duração inferior a 4 anos foram incluídos (n = 219). Durante cerca de 2 anos de follow-up, 43% tiveram uma recorrência.
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Após os ajustes para fatores de confusão, cada aumento de 10% na ingestão de gorduras aumentou o risco de recorrência em 56% (HR 1,56; IC de 95%: 1,05 a 2,31; p = 0,027), e cada aumento de 10% de gorduras saturadas triplicou esse risco (HR 3,37; IC de 95%: 1,34 a 8,43; p = 0,009). Em contraste, cada equivalente a uma porção adicional de vegetais diminuiu o risco de recorrência em 50% (HR 0,50; IC de 95%: 0,27 a 0,91; p = 0,024).
Pelos achados, os pesquisadores concluíram que, em crianças com EM, a ingestão de gorduras, especialmente as saturadas, pode aumentar o risco de recorrência; em contrapartida, consumir vegetais pode oferecer proteção independente.
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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências:
- Azary S, Schreiner T, Graves J, et al Contribution of dietary intake to relapse rate in early paediatric multiple sclerosis J Neurol Neurosurg Psychiatry Published Online First: 09 October 2017. doi: 10.1136/jnnp-2017-315936
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