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Neurologia15 julho 2025

Doença de pequenos vasos cerebrais: Qual o papel das células do sistema imune?  

Revisão sistemática sintetizou evidências sobre células circulantes do sistema imune em doença de pequenos vasos cerebrais e suas associações
Por Jesus Ventura

A doença de pequenos vasos cerebrais compreende uma série de alterações que ocorrem a nível da microcirculação cerebral, a saber, artérias de pequeno calibre, arteríolas e vênulas. É fator conhecido para ocorrência tanto de acidentes vasculares isquêmicos ou hemorrágicos, além de propiciar alterações cognitivas importantes, compreendendo o espectro do comprometimento cognitivo vascular. Dentre as alterações radiológicas vistas, pode-se encontrar desde alterações de intensidade de substância branca (hiperintensidade na ressonância magnética), alargamento de espaços perivasculares, lacunas isquêmicas e microssangramentos.  

Sobre a origem de tal patologia, acredita-se haver interferência da idade, aumentando sua incidência com o envelhecimento, além de poder relacionar-se a fatores de risco cardiovasculares em sua gênese. Porém, a fisiopatologia completa de tal entidade ainda é desconhecida. Nesse cenário, ganha destaque mecanismos imunes relacionados a atividades pró-inflamatórias de células imunológicas.  

Tal tema é escopo de revisão recentemente publicada, que reuniu estudos abordando o papel das células imunológicas na formação da doença de pequenos vasos cerebrais.   

Doença de pequenos vasos cerebrais: Qual o papel das células do sistema imune?  

Imagem de freepik

O estudo  

Trata-se de uma revisão sistemática, que incluiu 18 artigos, os quais abordaram a correlação entre doença de pequenos vasos e células circulantes do sistema imune. Os estudos, em sua maioria, são retrospectivos e transversais. Foram avaliados componentes celulares com contagem global de leucócitos, neutrófilos, monócitos, linfócitos, células natural Killer, relação neutrófilo-linfócito (RNL) e relação linfócito-monócito (LMR), além de relação monócitos-HDL (MHR).  

Dentre os achados relevantes encontrados, a contagem total de leucócitos não demonstrou associações consistentes com marcadores de imagem de doença de pequenos vasos. O mesmo se observou para contagem de neutrófilos e monócitos isolados. Já quando comparadas relações entre as células, a relação neutrófilo-linfócito (RNL) apresentou associações positivas relacionadas a alteração de substância branca, além de alargamento de espaços periventriculares. A relação monócitos-HDL (MHR) também demonstrou uma associação nas lesões de substância branca, além de alterações lacunares e microssangramentos cerebrais. A relação linfócito-monócito (LMR) foi associada à progressão mais lenta de lesões profundas de substância branca e também à menor prevalência de doença de pequenos vasos.   

Pontos de destaque 

  • Trata-se de uma revisão teórica sobre o papel do sistema imune e a gênese da doença cerebrovascular de pequenos vasos; 
  • Os dados mostram resultados inconsistentes entre os estudos. Além disso, por se tratarem de estudos retrospectivos e transversais, são necessários estudos maiores e prospectivos para predizer o real papel das relações de células, como RNL e LMR e o prognóstico de tal patologia.

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Referências bibliográficas

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