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Neurologia10 junho 2024

Como estratificar pacientes com maior risco de convulsões?

A maioria das convulsões são detectáveis apenas com EEG. Não existe um método validado e simples para estratificar o risco de convulsão em paciente graves.

Crises convulsivas são comuns após lesão cerebral traumática, hemorragia subaracnoidea aneurismática, hematoma subdural e hemorragia intraparenquimatosa não traumática, ou seja, em lesões cerebrais agudas. A maioria das convulsões é subclínica, o que significa que são detectáveis apenas com o eletroencefalograma (EEG). Não existe um método validado e simples para avaliar e estratificar o risco de convulsão destes e outros paciente graves hospitalizados.

Leia também: Manejo da crise convulsiva: será que você está conduzindo corretamente?

Médico analisa o método para estratificar pacientes com maior risco de convulsões

Método para estratificar pacientes

Desta forma, surgiu a necessidade de criar um método para estratificar os pacientes com maior risco de convulsões e, portanto, com necessidade de monitoramento contínuo do eletroencefalograma (cEEG) e melhorar a relação custo-benefício do exame.

Pesquisadores criaram um sistema de pontuação baseado num banco de dados com variáveis clínicas e eletrográficas de pacientes que tiveram mais de seis horas de registros ininterruptos de EEG.

O modelo final foi chamado de 2HELPS2B, um sistema de pontos simples desenvolvido para atender a essa necessidade. Ele estima o risco de convulsão em pacientes hospitalizados usando cinco achados de EEG e um achado clínico (convulsão pré-EEG). Ele pode atender a essa necessidade de estratificar o risco de convulsões, mas requer validação.

A pontuação de um paciente varia de 0 a 7 e é baseada nas seis variáveis:

  • Descargas rítmicas breves (ictais) (B I RD) (2 pontos)
  • Presença de descargas periódicas lateralizadas, atividade delta rítmica lateralizada ou descargas periódicas independentes bilaterais (1 ponto)
  • Crise prévia (1 ponto)
  • Descargas epileptiformes esporádicas (1 ponto)
  • Frequência superior a 2,0 Hz para qualquer padrão periódico ou rítmico (1 ponto)
  • Presença de características “mais” (ou seja, atividade sobreposta, rítmica, nítida ou rápida) (1 ponto).

O risco de convulsão associado a cada pontuação de 0 a 5 foi de 5%, 12%, 27%, 50%, 73% e 88%, respectivamente. Para uma pontuação de 6 ou 7, o risco provável de convulsão foi superior a 95%.

Vantagens na avaliação de risco de convulsões

O escore 2HELPS2B é uma ferramenta de fácil uso e pode auxiliar o julgamento clínico dos profissionais sobre o risco de crises em pacientes. Com a sua utilização e familiaridade, o 2HELPS2B promete melhorar a comunicação entre neurofisiologistas e clínicos. Vale a pena lembrar que a pontuação não é validada para menos de seis horas de EEG.

O escore pode orientar quais casos justificam um tratamento mais agressivo, como medicamentos antiepilépticos adicionais ou quais não precisam permanecer no EEG contínuo por um longo tempo se o risco de convulsão for baixo.

Mensagem final

O desenvolvimento de ferramentas, como escores, é necessário para estudar adequadamente uma condição, o que por sua vez pode permitir a otimização futura dos algoritmos de tratamento.

Referências bibliográficas:

  • Aaron F. Struck et al. Assessment of the Validity of the 2HELPS2B Score for Inpatient Seizure Risk Prediction. JAMA Neurol. 2020. doi:10.1001/jamaneurol.2019.4656 Published online January 13, 2020
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