Apresentação clínica do Alzheimer (Conduta médica em neurologia)
Em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, trazemos a apresentação do Alzheimer. Você sabe identificar?
Nessa semana, abordamos Alzheimer e depressão: pesquisadores identificam potenciais alvos moleculares. Por isso, na nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, trazemos a apresentação do Alzheimer. Você sabe identificar?
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Definição: Caracterizada como um declínio cognitivo envolvendo um ou mais domínios da cognição (memória, aprendizado, função executiva, linguagem, etc.). Esse déficit deve ocorrer notadamente em relação ao status prévio e deve ser severo o bastante para interferir na função diária e independência do paciente.
Um subgrupo específico de demências que afetam primariamente o neurônio é conhecido como neurodegenerativas. Neste grupo podemos incluir a demência de Alzheimer, uma doença que evolui com déficits cognitivos e funcionais progressivos associados a alterações comportamentais que interferem não apenas da vida do próprio indivíduo, como também no ciclo familiar o qual está inserido.
Epidemiologia
- É fundamental entender que a DA aumenta sua incidência de acordo com a idade, por isso, entre indivíduos com 65-70 anos, a incidência é de 5/1000, já entre indivíduos com idade superior a 85 anos a incidência se aproxima a 60-80/1000.
- Outra forma interessante de entender o impacto da DA na sociedade é perceber que ela é responsável por 60-80% de todos os casos de demência diagnosticados.
Apresentação Clínica
Quadro Clínico
- Caracteristicamente, a doença envolve perda de memória e o subtipo primariamente afetado é a chamada memória episódica declarativa. Podemos caracterizá-la como a memória responsável por lembrar fatos e datas.
- Ainda podemos subdividi-la em imediata e memória de fatos recentes. Sendo assim, a memória imediata é aquela que usamos para repetir algo que aconteceu imediatamente antes como, por exemplo, um número de telefone que acabou de ser escutado.
- A memória para fatos recentes é aquela que usamos para lembrar algo que ocorreu há algum tempo, como, por exemplo, lembrar uma pequena sequência numérica após um período de distração. Como essa janela de tempo pode ser variável, é possível explicar como alguns fatos antigos (como aqueles que ocorreram há dias ou meses) não podem mais ser recordados no paciente com DA, justamente porque ele perde a capacidade de consolidação dos fatos recentes.
- Outra característica clínica importante da DA é a disfunção executiva, caracterizada pela incapacidade de resolver problemas que antes eram facilmente solucionados. Além disso, a capacidade de percepção da doença é afetada nos paciente com DA e ele passa a não mais perceber a doença (uma condição conhecida como anosognosia; perda de “insight”).
- Com a evolução da doença os sintomas passam a acometer outros domínios cognitivos, tornando a distinção entre os tipos de demência mais difícil. Sintomas como alucinações e ilusões tornam-se comuns com o tempo.
Fatores de Risco
- O fator de risco mais importante para desenvolvimento da doença é a idade.
- A presença do alelo APOE4, baixo nível educacional, história familiar de DA e fatores de risco cardiovasculares também aumentam a chance de desenvolvimento da doença.
- Estima-se que 2/3 das pessoas diagnosticadas com DA são mulheres.
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