Logotipo Afya
Anúncio
Neurologia27 fevereiro 2017

Albumina sérica como biomarcador para o prognóstico da síndrome de Guillain-Barré

A imunoglobulina intravenosa (IgIV) tem sido o tratamento de escolha para Guillan-Barré, apesar de seu mecanismo de ação pouco compreendido.

Por Juliana Festa

A síndrome de Guillain-Barré é uma doença de caráter autoimune que acomete primordialmente a mielina da porção proximal dos nervos periféricos de forma aguda ou subaguda. É a maior causa de paralisia flácida generalizada no mundo, com incidência anual de 1–4 casos por 100.000 habitantes.

A imunoglobulina intravenosa (IgIV) tem sido o tratamento de escolha na maioria dos países, apesar de seu mecanismo de ação pouco compreendido.

Existe uma necessidade de biomarcadores para monitorar a eficácia do tratamento e antecipar o resultado em pacientes com síndrome de Guillain-Barré. Neste contexto, Fokkink e colaboradores realizaram um estudo para avaliar se os níveis séricos de albumina podem servir como marcador prognóstico em pacientes com síndrome de Guillain-Barré tratados com IgIV.

As concentrações séricas de albumina foram determinadas antes e após o tratamento com IgIV (2 g/kg) e relacionadas com desfechos clínicos: fraqueza muscular, insuficiência respiratória e capacidade de deambulação.

Os níveis séricos de albumina foram determinados em 174 pacientes com a síndrome (idade média [DP]: 49,6 [20,1] anos, 99 homens [56,9%]). Antes do tratamento, a mediana do nível de albumina sérica foi de 4,2 g/dL (intervalo interquartil, 3,8-4,5 g/dL), com hipoalbuminemia (albumina, <3,5 g/dL) em 20 (12,8%) pacientes.

As melhores condutas médicas você encontra no Whitebook. Baixe o aplicativo #1 dos médicos brasileiros. Clique aqui!

Duas semanas após o início do tratamento com IgIV, a mediana do nível de albumina sérica diminuiu para 3,7 g/dL (intervalo interquartil, 3,2-4,1 g/dL) (p<0,001) e o número de pacientes com hipoalbuminemia aumentou para 60 (34,5%) (p<0,001).

Hipoalbuminemia foi associada com uma maior chance de insuficiência respiratória antes (p=0,001) ou após (p<0,001) o tratamento com IgIV, incapacidade de deambulação (p<0,001) e fraqueza muscular grave na semana 4 (p<0,001) e em 6 meses (p<0,001).

Os autores concluíram que os pacientes com síndrome de Guillain-Barré podem desenvolver hipoalbuminemia após o tratamento com IgIV, que está relacionado com um curso clínico mais grave e piores desfechos. Estudos prospectivos devem verificar estes resultados para confirmar o benefício da albumina sérica como biomarcador para o prognóstico da síndrome de Guillain-Barré na prática clínica.

Veja também: ‘Procedimentos cirúrgicos podem aumentar o risco para a síndrome de Guillain-Barré’

Referências:

  • Fonseca TCP. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: SíndromeSíndrome de guillain-barré. 2002;2–5.
  • Fokkink W-JR, Walgaard C, Kuitwaard K, Tio-Gillen AP, van Doorn PA, Jacobs BC. Association of Albumin Levels With Outcome in Intravenous Immunoglobulin–Treated Guillain-Barré Syndrome. JAMA Neurol [Internet]. 2016;1–8. Available from: https://archneur.jamanetwork.com/article.aspx?doi=10.1001/jamaneurol.2016.4480
Anúncio

Assine nossa newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Ao assinar a newsletter, você está de acordo com a Política de Privacidade.

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo