Logotipo Afya
Anúncio
Medicina Laboratorial19 setembro 2025

CBPC/ML: Doença gordurosa hepática, como o laboratório pode contribuir?

Mesa redonda do CBPC/ML, realizado no Rio de Janeiro, abordou o escore Fibrosis-4 (FIB-4)

Durante o segundo dia do 57° Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (CBPC/ML), ocorreu um simpósio com temas relacionados à Doença Hepática Esteatótica Associada à Disfunção Metabólica (MASLD), anteriormente chamada de Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (NAFLD), considerada atualmente a causa mais comum de doença hepática crônica no mundo. 

Fibrose hepática e MASLD 

Tanto o risco de eventos hepáticos/extra-hepáticos ou de morte por causas hepáticas ou gerais em pacientes com MASLD estão diretamente relacionados à presença de fibrose hepática, notadamente, mas não exclusivamente, em graus avançados dessa condição, sendo um importante fator prognóstico. 

Em uma das apresentações do simpósio, sob o tema “FIB-4: Um exame simples para um problema complexo”, a Dra. Nathalie Carvalho Leite detalhou como o escore FIB-4 pode auxiliar na triagem de fibrose hepática nessa população. 

Escore Fibrosis-4 (FIB-4) 

É um escore não invasivo, que foi descrito pela primeira vez em 2006 para avaliação de fibrose hepática em pacientes com coinfecção pelo HIV/hepatite C (HCV), e posteriormente validado para estratificação nos indivíduos com doença gordurosa hepática. 

Ele é calculado utilizando dados simples, com base na idade (anos), nas concentrações séricas de AST/TGO (U/L), ALT/TGP (U/L) e na contagem de plaquetas (109/L), pela seguinte fórmula: 

(Idade x AST) / (Plaquetas x √ ALT) 

Intervalos de referência 

  • Inferior a 1,3: Baixo risco de fibrose avançada ou cirrose; 
  • 1,3 a 2,67: Intermediário risco de fibrose avançada ou cirrose; 
  • Superior a 2,67: Alto risco de fibrose avançada ou cirrose. 

Observação: Considerar valores inferiores a 2,0 como baixo risco para fibrose ou cirrose em pacientes com idade superior a 65 anos. 

Limitações 

  • Quando utilizado isoladamente, o escore FIB-4 tende superestimar o risco de fibrose hepática, especialmente em locais com baixa prevalência; 
  • Utlizar com cautela em pacientes com sobrepeso/obesidade; 
  • Outras situações que afetem a plaquetometria podem prejudicar a interpretação dos resultados; 
  • Em pacientes com hepatopatia alcoólica, a utilização do escore pode superestimar o risco de fibrose hepática. 

Mensagem final 

A MASLD, definida como a presença de esteatose em mais de 5% dos hepatócitos (na ausência do uso excessivo de álcool ou de outras doenças hepáticas crônicas), está intimamente relacionada à síndrome metabólica e seus fatores de risco, sendo considerada uma disfunção metabólica sistêmica. 

Por seu baixo custo, simplicidade e aplicabilidade, o escore FIB-4, quando bem indicado e interpretado, pode contribuir na triagem de fibrose hepática em pacientes com MASLD. 

Autoria

Foto de Pedro Serrão Morales

Pedro Serrão Morales

Editor de Medicina Laboratorial da Afya • Graduação em Medicina pela Universidade Gama Filho (UGF) • Residência Médica em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial pela Universidade Federal Fluminense (UFF) • Membro titular da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) • Pós-Graduado em Medicina do Trabalho pela Faculdade Souza Marques (FTESM) • Responsável Técnico do Laboratório Morales (Grupo Tommasi) • Médico Patologista Clínico do Laboratório Central do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP/UFF) • Médico do corpo clínico do Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras (IETAP).

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Referências bibliográficas

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Medicina Laboratorial