O que preciso saber sobre o manejo da paralisia facial periférica?
Uma publicação recente do Annals of Emergency Medicine revisita o tema paralisia facial periférica. Nesse tipo de publicação, os autores fazem uma revisão breve com enfoque prático. Listarei abaixo os passos mais importantes destacados pelos autores.
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Uma publicação recente do Annals of Emergency Medicine revisita o tema paralisia facial periférica. Nesse tipo de publicação, os autores fazem uma revisão breve com enfoque prático. Listarei abaixo os passos mais importantes destacados pelos autores.
A principal forma de se diferenciar a paralisia facial periférica da central é através da avaliação da porção superior da face. A paralisia periférica cursa com incapacidade de franzir a testa e de fechar totalmente o olho.
Para estabelecer a etiologia, questione sobre comorbidades (por exemplo, diabetes mellitus), traumas no local, sintomas neurológicos indicativos de outras doenças, sintomas sugestivos de neuroma acústico (perda da audição, zumbido, marcha instável); avalie se há otite média (principalmente, em crianças), lesões de zoster na orelha (síndrome de Ramsay Hunt). Se há uma etiologia estabelecida, inicie o tratamento para ela.
Inicie corticoide se há menos de 3 dias de sintomas. Se há mais de 3 dias, considere a gravidade da paralisia para decidir sobre a terapêutica (a efetividade tende a ser menor). Dois regimes são sugeridos:
- Prednisona 25 mg, 2 vezes por dia, durante 10 dias;
- Prednisona 60 mg/dia, por 5 dias, seguido de redução gradual da dose.
Leia também: ‘Paralisia flácida aguda – como diagnosticar’
Postula-se que alguns pacientes tenham uma reativação do herpes vírus e que isso promova a paralisia facial – ainda que não ocorram outras manifestações clínicas infecciosas. Por isso, pode-se fazer um ciclo de tratamento antiviral com valaciclovir por 5-7 dias, aciclovir por 10 dias ou famciclovir por 7 dias. Existe debate acerca do real impacto/benefício da associação do antiviral com o corticoide.
Cuidados com o olho são importantes e, por vezes, esquecidos. Deve-se prescrever algum tipo de colírio artificial. Se a paralisia é importante, o paciente pode não conseguir fechar o olho ao piscar, e ele deve ser orientado a fazer isso manualmente em intervalos regulares enquanto acordado. Na hora de dormir, aplicar o colírio e e manter o olho protegido e fechado também é importante.
Cerca de 85 % dos pacientes conseguem se recuperar da paralisia e mais de 70% consegue recuperação total. Lembre-se de conversar sobre isso com o paciente e o estimular a realizar fisioterapia.
Referência:
- Garro A, Nigrovic LE. Managing peripheral facial palsy. Ann Emerg Med. 2017; x:1-7
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