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Medicina de Emergência24 março 2022

Lesōes de ponta de dedo cicatrizam bem por segunda intenção?

Um estudo analisou a evolução de pacientes com lesões de ponta de dedo tratados por cicatrização secundária.

As lesões de ponta de dedo da mão estão entre as mais comuns nos plantões ortopédicos. Existem diferentes técnicas para tratamento das mesmas e irão depender do ângulo de perda do tecido, exposição óssea, condição da parte amputada, lesões em dedos adjacentes, extensão do defeito e experiência do cirurgião.

O tratamento objetiva a redução da dor, otimização do tempo de cicatrização, preservação da sensibilidade e função, limitação de deformidades da unha, redução do tempo de retorno ao trabalho e, se possível, favorecimento de resultados estéticos.

médico consultando paciente com lesões de ponta de dedo

Evolução de lesões de ponta de dedo

Foi publicado recentemente na “Revista Brasileira de Ortopedia – RBO” um estudo observacional e retrospectivo com o objetivo de analisar a evolução, os resultados finais e a incidência de complicações em pacientes tratados por cicatrização secundária, e comparar os resultados alcançados com os quatro tipos diferentes de lesões, segundo a classificação de Allen.

Foram selecionados 127 pacientes com amputações traumáticas de ponta de dedo entre abril de 2017 e maio de 2019, classificados de acordo com a classificação de Allen e tratados com cicatrização por segunda intenção. O tempo de follow up mínimo foi de seis meses.

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O tratamento durou, em média, 4,3 semanas e o dados demonstram que havia uma relação estatisticamente significativa em proporção com a gravidade da lesão de acordo com a classificação de Allen (p ≤ 0,001). Vinte e quatro (18,9%) casos apresentaram complicações, sendo as mais frequentes hiperalgesia (13 pacientes), exposição persistente da falange (7 pacientes), seroma ( 3 pacientes) e infecção (1 paciente). Tais complicações apresentaram maior incidência nos pacientes classificados como Allen tipo 2 ( 11 pacientes), seguidos pelos tipos 1 (6 pacientes), 4 (4 pacientes) e 3 (3 pacientes), sendo tais diferenças estatisticamente significativas (p ≤ 0,05).

Por fim, encontrou-se uma relação estatisticamente significativa (p 0,001) entre a classificação de Allen e a preservação do comprimento máximo da ponta do dedo; a necessidade de encurtar o comprimento inicial a fim de conseguir o fechamento somente foi relatada em 2 pacientes (1,6%) classificados como Allen tipo 2.

Na nossa prática

De acordo com os resultados do estudo o tratamento por cicatrização secundária com troca seriada de curativos também demonstrou resultados satisfatórios em amputações classificadas como Allen 3, que na literatura têm indicação de tratamento com retalhos locais ou regionais.

A troca de curativos seriada é uma maneira simples de tratamento, que não exige expertise cirúrgica. Entretanto, há necessidade de seguimento ambulatorial regular e o paciente fica sujeito a um maior tempo de afastamento de atividades laborais pelo elevado tempo de cicatrização em relação aos retalhos.

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Referências bibliográficas

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