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Terapia Intensiva14 julho 2022

Influenza x Covid-19: dicas para a abordagem da síndrome gripal

Precisamos estar atentos às similaridades e diferenças entre Covid-19 e influenza no momento do atendimento. 

Atualizado por Dayana Quintanilha.

Sintomas gripais são queixas comuns na emergência e abrem um leque de diagnósticos diferenciais, dentre eles, gripe e influenza. Precisamos estar atentos às similaridades e diferenças entre essas doenças no momento do atendimento.

A seguir, traremos cinco pontos importantes para nos ajudar durante o manejo e orientação dos pacientes. 

Leia também: Influenza: complicações associadas que merecem nossa atenção

influenza

Influenza x Covid-19

Os testes são necessários para diferenciar 

Sabemos que os sintomas de Covid-19 e influenza são bastante parecidos. Os pacientes em ambas as patologias, em geral, podem apresentar febre, calafrios, tosse, dispneia, fadiga, dor de garganta, rinorreia, mialgia, cefaleia, vômitos e diarreia. A alteração ou perda do paladar/olfato, embora seja mais frequente com Covid-19, também pode ocorrer na influenza. 

Como os sintomas são semelhantes, os testes laboratoriais são essenciais para a diferenciação dos casos. No Brasil, já temos disponíveis testes combinados que avaliam a presença de influenza A, influenza B e SARS-CoV2. Recentemente, os autotestes tiveram seu acesso facilitado nas farmácias e podem ajudar neste processo. 

A coinfecção com os vírus influenza A ou B e SARS-CoV-2 pode ocorrer

Infelizmente, além de nos preocuparmos com as doenças separadamente, também é possível que haja coinfecção. Esta situação deve ser considerada principalmente nos casos de pacientes hospitalizados com quadros respiratórios graves. 

Devemos estar cientes de que um resultado positivo do teste SARS-CoV-2 não impede a infecção pelo vírus influenza, assim como um resultado positivo no teste de influenza não impede a infecção por SARS-CoV-2.

Os tratamentos de Covid-19 e influenza são diferentes

Pacientes com maior risco de complicações ou que foram hospitalizadas por Covid-19 ou influenza devem receber cuidados de suporte para alívio de sintomas e evitar complicações, que podem ocorrer em ambos os casos. 

Com relação à influenza, no Brasil, temos disponível o oseltamivir (Tamiflu®). O antiviral tem benefícios maiores quando usado dentro das primeiras 48 horas de sintomas, mas pode ter benefício quando iniciado em até dez dias do início dos sintomas. Recomenda-se que as pessoas hospitalizadas com gripe ou com risco aumentado de complicações e com sintomas de gripais sejam tratadas com medicamentos antivirais precocemente.

Alguns grupos de risco, prioritários para uso de medicação, são: crianças menores de 5 anos, idosos (>60 anos), gestantes, população indígena aldeada, indivíduos menores de 19 anos em uso prolongado de ácido acetilsalicílico, indivíduos que apresentem pneumopatias (incluindo asma), pacientes com tuberculose, imunossupressão associada a medicamentos, neoplasias, HIV/AIDS, IMC>40 kg/m2 em adultos. 

Já para a Covid-19, as recomendações para o tratamento antiviral específico em pacientes com COVID-19 sintomáticos dependem da idade do paciente, estado de vacinação e risco de progressão para doença grave. Não está indicada antiviral para COVID-19 para indivíduos vacinados ≤65 anos de idade sem nenhum fator de risco para doença grave ou para indivíduos com infecção assintomática. 

A terapia específica recomendada em indivíduos não gestantes, é o nirmatrelvir-ritonavir. Caso não esteja disponível, sugere-se o remdesivir, que demonstrou reduzir o risco de hospitalização associada ao COVID-19. As terapias com antivirais ainda são pouco disponíveis na prática no Brasil. Muitas questões ainda carecem de evidência, como a combinação de antivirais e o uso em pacientes sem comorbidades ou fatores de risco. 

Para saber mais sobre o tratamento ambulatorial em Covid-19: https://pebmed.com.br/atualizacao-no-tratamento-da-covid-19-ambulatorial/ 

Pacientes com síndrome gripal devem ser orientados com relação ao isolamento 

Interpretando cada doença isoladamente, no caso da influenza em pacientes hospitalizados, segundo o CDC, as precauções devem ser implementadas para pacientes com suspeita ou confirmação de influenza por sete dias após o início da doença ou até 24 horas após a resolução da febre e dos sintomas respiratórios, o que for mais longo. 

Já no caso do Covid-19, a última atualização do Ministério da saúde foi: 

  • 5 dias de isolamento: após o quinto dia do início dos sintomas, sem apresentar sintomas respiratórios, febre ou uso de antitérmico há pelo menos 24 horas, deve realizar um RT-PCR ou Teste Rápido de Antígeno. Teste negativo, pode suspender o isolamento, em caso de teste positivo deve seguir até o 10º dia de isolamento 
  • 7 dias de isolamento: após o 7º dia do início dos sintomas, caso esteja sem sintomas respiratórios, febre ou em uso de antitérmicos há pelo menos 24 horas, pode encerrar o isolamento protocolar sem necessidade de teste, mas manter recomendações adicionais* até o 10º dia do início dos sintomas. 
  • 10 dias de isolamento: pacientes que apresentem teste positivo ao 5º ou ao 7º dia de sintomas. Caso esteja sem sintomas respiratórios, febre ou uso de antitérmicos há mais de 24 horas ao 10º dia, pode sair do isolamento sem necessidade de teste. Caso mantenha sintomas, necessária a realização de teste. 
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Referências bibliográficas

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