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De acordo com a definição da Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA), a via aérea difícil é a dificuldade de ventilação (quando um profissional treinado não consegue manter a saturação maior que 90% usando a ventilação por máscara e oxigênio a 100%, quando a saturação na pré-ventilação estava dentro dos limites da normalidade. Para ser caracterizada como intubação difícil, são necessárias mais de três tentativas de intubação por profissional treinado ou intubação que dura mais de 10 minutos.
Por estes motivos citados, é essencial para o médico tentar saber com antecedência quando o paciente vai apresentar dificuldade ventilar. Com este intuito, pesquisadores realizam um estudo para identificar fatores de risco e achados físicos que sirvam como preditores da intubação orotraqueal difícil.
Previsão do risco de intubação difícil
Em um estudo revisional sistemático, foram utilizados dois bancos de dados: MEDLINE e EMBASE. No primeiro, as informações datam de 1946 até 2018, e no segundo o ciclo pesquisado foi entre 1947 e 2018. Os resultados foram publicados em fevereiro no periódico Jama Network.
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Os pesquisadores revisaram 62 estudos com alto nível de qualidade metodológica que avaliaram a acurácia dos achados clínicos sobre intubação difícil. Os melhores indicadores encontrados foram inabilidade de mordida no lábio superior com os incisivos inferiores, retrognatismo ou uma combinação de diagnósticos baseada no escore Wilson. No total, foram incluídos na pesquisa 33. 559 pacientes.
Resultado
O estudo identificou dificuldade de intubação em 10% dos pacientes. Os exames de avaliação física que melhor previram a intubação difícil com base no teste de mordida do lábio superior. A razão de verossimilhança positiva foi de apenas 14 (IC 95% [8,9-22]).
Apesar de vários fatores contribuírem para a previsão de dificuldade de intubação endotraqueal, os resultados não foram suficientes para prever de maneira confiável qual paciente vai apresentar via aérea difícil. Mais estudos devem ser realizados a fim de obter mais evidências que ajude na predição dos fatores de risco.
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Referências:
- Detsky ME, Jivraj N, Adhikari NK, et al. Will This Patient Be Difficult to Intubate? The Rational Clinical Examination Systematic Review. JAMA. 2019;321(5):493–503. doi:10.1001/jama.2018.21413
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