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A vitamina D já foi relacionada à redução do risco cardiovascular e câncer, prevenção do comprometimento cognitivo, entre outros. Um novo artigo, publicado no British Medical Journal (BMJ) em janeiro, indica que a vitamina D pode ajudar também a reduzir as exacerbações da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Para chegar nessa conclusão, pesquisadores realizaram uma meta-análise com as bases do PubMed, Embase, Cochrane Central Register of Controlled Trials e Web of Science. Foram incluídos nesse estudo quatro ensaios clínicos randomizados envolvendo a suplementação de vitamina D em pacientes com DPOC exacerbado (n = 560 participantes).
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Vitamina D e DPOC
Vitamina D3 oral foi dada aos participantes de todos os ensaios analisados, com doses e horários variados, de 220.000 UI em seis meses a 1,2 milhões de UI por ano.
A suplementação não influenciou a taxa global de exacerbações moderadas / severas da DPOC (taxa de incidência ajustada [aIRR]: 0,94, IC 95%: 0,78 a 1,13). A análise de subgrupos revelou que os efeitos protetores foram observados em participantes com níveis basais de 25-hidroxivitamina D < 25 nmol / L, reduzindo a exacerbação em até 45% (aIRR: 0,55, IC 95%: 0,36 a 0,84; p = 0,015).
O mesmo efeito não foi observado naqueles com níveis basais de 25-hidroxivitamina D ≥ 25 nmol / L (aIRR: 1,04, IC 95%: 0,85 a 1,27; p = 0,015). A vitamina D não influenciou a quantidade de participantes que sofreu, pelo menos, um evento adverso grave (odds ratio ajustado: 1,16, IC 95%: 0,76 a 1,75).
Conclusões
Pelos achados, os autores do estudo concluíram que a suplementação com vitamina D pode reduzir, de maneira segura, a taxa de exacerbações moderadas / severas da DPOC em indivíduos com níveis basais de 25-hidroxivitamina D < 25 nmol / L.
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DPOC
A DPOC deve ser pesquisado em todo paciente com dispneia, tosse e/ou expectoração, os três principais sintomas da síndrome, bem como nos pacientes assintomáticos com exposição aos fatores de risco. O diagnóstico de DPOC deve ser pesquisado com base em dois pilares: avaliação clínica dos sintomas e espirometria.
A decisão de quando e como tratar depende da caracterização de três fatores: espirometria, escala de sintomas e frequência das exacerbações. Pacientes com piora da dispneia, da tosse e/ou da expectoração são considerados em exacerbação, que pode ser classificada em:
- Leve: resolve apenas com broncodilatadores.
- Moderada: necessita de corticoide sistêmico.
- Grave: há necessidade de hospitalização, mesmo que apenas na emergência.
Saiba mais em nosso artigo sobre manejo do DPOC.
Referências:
- Jolliffe DA, Greenberg L, Hooper RL, et al Vitamin D to prevent exacerbations of COPD: systematic review and meta-analysis of individual participant data from randomised controlled trials Thorax Published Online First: 10 January 2019. doi: 10.1136/thoraxjnl-2018-212092
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