Como identificar e tratar a hiponatremia?
O distúrbio hidroeletrolítico mais comum em ambiente hospitalar é o distúrbio sérico do sódio, seja com hiponatremia (Na<135) ou hipernatremia (Na > 145).
O distúrbio hidroeletrolítico mais comum em ambiente hospitalar é o distúrbio sérico do sódio, seja com hiponatremia (Na<135) ou hipernatremia (Na > 145). Neste artigo, vamos focar em como manejar a hiponatremia!
Hiponatremia
A hiponatremia causa ao longo de menos de 48 horas sintomas neurológicos primariamente, progredindo de ligeira náusea até vômitos, letargia, cefaleia, confusão mental, cãibras musculares. Complicações graves são edema cerebral, convulsões, coma, herniação de tronco cerebral, e edema pulmonar neurogênico.
A hiponatremia pode ser isotônica, hipotônica e hipertônica. Quando hipertônica associa-se mais comumente com hiperglicemia e deve-se, no tratamento dessa afecção, corrigir a glicose sérica inicialmente com reposição volêmica agressiva com fluído isotônico, atentando para a síndrome da desmielinização osmótica (SDO). A SDO ocorre quando a hiponatremia é corrigida muito rápida e pode levar a disfagia, disartria, espasticidade, distúrbios do comportamento, déficit cognitivo, delírio, convulsões e tetraparesia.
Para correção da hiponatremia hipotônica, deve-se atentar a medicações que podem potencializar, como, por exemplo, os tiazídicos. Uma correção com fluídos isotônicos deve ser utilizada; neste tratamento há menor risco de SDO por conta da condição cônica muitas vezes associada a essa afecção.
Quando vamos corrigir a hiponatremia, o recomendado é que seja feita a correção de forma lenta, elevando o sódio em menos de 10 mEq/L nas primeiras 24 horas (ideal de 6 a 8 mEq/L) e menos que 18 mEq/L nas primeiras 48 horas.
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Hiponatremias hipo, hiper e euvolêmicas
Nas hiponatremias hipovolêmicas é fácil entender que o que falta é o volume, ou seja, a causa é a hipovolemia, ocorrendo a correção automática do sódio conforme se faz o soro fisiológico com NaCl a 0,9%.
Na hiponatremia hipervolêmica não está indicado o uso de cloreto de sódio porque depende da otimização da doença de base. Há restrição da ingestão de água e uso de furosemida para reduzir a osmolaridade urinária e auxiliar na excreção do excesso de água. Nessa ideia há medicações, chamadas vaptans, que são inibidores dos receptores V2 de vasopressina e elevam o sódio por promover diurese de água livre de eletrólitos.
E por último, na hiponatremia euvolêmica deve-se focar na identificação e na remoção do agente causal, como grande exemplo os tiazídicos. Neste caso, tratamento consiste na restrição da ingesta hídrica e aumento da excreção urinária de água livre.
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Referência bibliográfica:
- Seay, N. Winn et al. Diagnosis and Management of Disorders of Body Tonicity—Hyponatremia and Hypernatremia: Core Curriculum 2020. American Journal of Kidney Diseases, Jul 2019.
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