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Medicina de Emergência12 julho 2018

Cefaleia na emergência: quais red flags devo procurar?

Apesar da evolução favorável na maioria dos casos, a falha na diferenciação entre cefaleias primária e secundária pode ser fatal.

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Cefaleias representam 4,5% e a quarta principal causa de atendimento em unidades de emergência. Apesar da evolução favorável na maioria dos casos, a falha na diferenciação entre cefaleias primária e secundária pode ser fatal. Do mesmo modo, não podemos investigar todos os casos inadvertidamente, pois isso gera custos desnecessários, overdiagnosis e associações incorretas.

Tanto pacientes com cefaleia primária quanto secundária podem se apresentar na emergência buscando apenas alívio imediato de sua dor, sem descrever qualquer outro sintoma. Portanto, para diferenciá-las, é necessária a busca ativa de red flags.

1. Red Flags: como organizar o raciocínio.

Os red flags são sinais de alerta para um evento potencialmente grave e, neste caso, indicam a maior probabilidade de cefaleia secundária. Simplificando, diante do paciente, as três questões iniciais são:

  1. Existem características de cefaleia secundária na dor do paciente?
  2. Existem características de cefaleia secundária no exame físico do paciente?
  3. Existem características no paciente que aumentam a chance de cefaleia secundária?

Abaixo, estão os principais sinais de alerta para responder a tais perguntas, seguidos de alguns exemplos para cada um deles.

2. Grupo 01 de red flags: características da dor.

cefaleia

3. Grupo 2 de red flags: características do exame físico.

cefaleia

4. Grupo 3 de red flags: características do paciente.

cefaleia

O mnemônico SNOOP procura resumir o que comentamos e pode ser um guia rápido para memorização.

cefaleia

Os pacientes de baixo risco, então, agregam os seguintes atributos:

  • Sem mudança no padrão típico de cefaleia primária;
  • Sem novas características na história (ex. febre, trauma, crise epiléptica);
  • Sem sintomas neurológicos focais ou anormalidades do exame neurológico;
  • Sem comorbidades que representem alto-risco.

Lembre-se:

  • Anamnese e exame físico cuidadosos são fundamentais e indicarão a necessidade de exames complementares;
  • Saber questionar adequadamente pode modificar a forma como o paciente responde e, portanto, diminuirá a probabilidade de armadilhas. Portanto, pratique;
  • A análise conjunta dos dados é fundamental. Descreva a cefaleia para avaliar se o tipo de dor pode ser associado à causa provável relacionada ao sinal de alerta;
  • Após suspeitar de uma cefaleia secundária, veja aqui como conduzir.

Lista de siglas:
AVC: Acidente vascular cerebral/encefálico.
AVCI: Acidente vascular cerebral/encefálico isquêmico.
DD: Decúbito Dorsal.
HSA: Hemorragia subaracnóide.
MAV: Malformação arteriovenosa
NC: Nervos cranianos.
PRES: Síndrome de (leuco)Encefalopatia Posterior Reversível.
SIDA: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
SNC: Sistema Nervoso Central.
SVCR: Síndrome de Vasoconstrição Cerebral Reversível.
TCE: Traumatismo Cranioencefálico.
TVC: Trombose venosa cerebral.

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Referências:

  • Garza I et al. Headache and Other Craniofacial Pain. In: Jankovic J et al. Bradley’s Neurology in Clinical Practice, 7th edition. Elsevier 2016; 1686-1719.
  • Headache Classification Committee of the International Headache Society (IHS). The international classification of headache disorders, 3rd edition. Cephalalgia 2018, 38(1): 1-211.
  • PROTOCOLO NACIONAL PARA DIAGNÓSTICO E MANEJO DAS CEFALEIAS NAS UNIDADES DE URGÊNCIA DO BRASIL – 2018. Academia Brasileira de Neurologia – Departamento Científico de Cefaleia. Sociedade Brasileira de Cefaleia.
  • https://fpnotebook.com/mobile/Neuro/Exam/HdchRdFlg.htm
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