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Infectologia24 abril 2023

Qual a disponibilidade de flucitosina para meningite criptocócica no Brasil?

A flucitosina foi incorporada ao SUS e já está, desde o final de 2022, disponível para uso. Confira as orientações.

Hoje, no Dia Mundial de Combate à Meningite, revisitamos este artigo, publicado originalmente em dezembro de 2022.

A meningite criptocócica é uma infecção de alta mortalidade e morbidade, sendo considerada uma infecção oportunista em indivíduos que convivem com o vírus do HIV. Estima-se que a mortalidade por criptococose seja de 10% nos países desenvolvidos e de até 43% nos países em desenvolvimento.

Até o momento, as formulações de anfotericina B e fluconazol eram as únicas opções terapêuticas disponíveis, mas esses fármacos, mesmo em terapia combinada, são considerados uma terapia subótima.

enfermeira aplicando flucitosina

Flucitosina para criptococo

A flucitosina é uma medicação com disponibilidade oral, com atividade antimetabólica ao interferir com a síntese de material genético nas células fúngicas. Diversos estudos têm demonstrado sua eficácia, em conjunto com outros antifúngicos, no tratamento de infecções por criptococo.

Ouça também: Meningite Bacteriana: sintomas e tratamento [podcast]

O Ministério da Saúde já havia incorporado a flucitosina ao Sistema Único de Saúde (SUS) como tecnologia após análise pela Conitec, mas somente recentemente o fármaco tornou-se disponível para uso no país. Segundo a Nota Informativa n° 9/2022, os esquemas terapêuticos de primeira linha recomendados são:

Para pacientes com HIV/Aids

Fase do tratamentoEsquema terapêuticoTempo de tratamento
Indução Anfotericina B lipossomal 3 mg/kg/dia, IV 

+ 

Flucitosina 100 mg/kg/dia, VO, 6/6h 

Pelo menos 2 semanas 
Consolidação Fluconazol 400 – 800 mg/dia, VO ou IV Pelo menos 8 semanas 
Manutenção Fluconazol 200 mg/dia, VO Pelo menos 12 meses 

Para pacientes receptores de transplante de órgãos sólidos ou de medula óssea ou com doenças hematológicas

Fase do tratamentoEsquema terapêuticoTempo de tratamento
Indução Anfotericina B lipossomal 3 mg/kg/dia, IV 

+ 

Flucitosina 100 mg/kg/dia, VO, 6/6h 

Pelo menos 2 semanas 
Consolidação Fluconazol 400 – 800 mg/dia, VO ou IV Pelo menos 8 semanas 
Manutenção Fluconazol 200 mg/dia, VO Pelo menos 6 a 12 meses 

Para indivíduos imunocompetentes

Fase do tratamentoEsquema terapêuticoTempo de tratamento
Indução Anfotericina B lipossomal 3 mg/kg/dia, IV 

+ 

Flucitosina 100 mg/kg/dia, VO, 6/6h 

Pelo menos 2 semanas 
Consolidação Fluconazol 400 – 800 mg/dia, VO ou IV Pelo menos 8 semanas 
Manutenção Fluconazol 200 – 400 mg/dia, VO Pelo menos 6 a 12 meses 

Leia também: AIDS 2022: Novidades dos guidelines da OMS – meningite criptocócica

A flucitosina está disponível na formulação de comprimidos de 500 mg e pode ser solicitada ao Ministério da Saúde, juntamente com a anfotericina B lipossomal, por meio da Ficha de Solicitação de Medicamentos Antifúngicos para Pacientes com Micoses Endêmicas. A solicitação deve ser encaminhada junto com os exames pertinentes para o email: [email protected].

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Referências bibliográficas

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