Os principais achados tomográficos observados nos pacientes com coronavírus (Covid-19) são, em ordem decrescente: opacidades em vidro fosco, opacidades em vidro fosco associado a espessamento dos septos interlobulares, caracterizando o padrão de pavimentação em mosaico (crazy paving) e opacidades em vidro fosco associado a consolidações. Outros achados como sinal do halo e sinal do halo invertido foram descritos em alguns pacientes e devem ser considerados dentro do contexto clínico adequado.
Agora, como eles se apresentam na imagem? Como caracterizamos estes achados na tomografia de tórax? Vamos nos próximos parágrafos explicar os principais achados e ilustrá-los para que seja possível o fácil reconhecimento dos padrões tomográficos.
Leia também: Quais os principais achados tomográficos do novo coronavírus?
Tomografia de tórax no coronavírus
Existe um Consenso brasileiro ilustrado sobre a terminologia dos descritores e padrões fundamentais da tomografia de tórax e ele será usado como base para caracterização dos achados tomográficos, seguindo a ordem decrescente de acometimento:
a) Opacidade (ou atenuação) em vidro fosco: na tomografia computadorizada caracteriza-se como aumento da densidade do parênquima pulmonar em que permanecem visíveis os contornos dos brônquios e vasos no interior da área acometida por um processo patológico (Figura 1).

b) Pavimentação em mosaico: superposição de opacidades em vidro fosco, linhas intralobulares e espessamento dos septos interlobulares. A interface entre o pulmão normal e o pulmão acometido tende a ser bem delimitada nesse padrão de lesão pulmonar (Figura 2).

c) Consolidação: a consolidação corresponde ao preenchimento completo das pequenas vias aéreas. Sendo assim, os vasos não são identificados no interior da área de pulmão acometido (principal diferença para a opacidade em vidro fosco). (Figura 3).

d) Sinal do halo: opacidade em vidro fosco que circunda o nódulo, massa ou uma área de consolidação arredondada.
e) Sinal do halo invertido: opacidade focal em vidro fosco circundada por um anel de consolidação completo ou parcial (Figura 4).

Referências bibliográficas:
- Silva, C. Isabela S., Marchiori, Edson, Souza Júnior, Arthur Soares, & Müller, Nestor L. (2010). Consenso brasileiro ilustrado sobre a terminologia dos descritores e padrões fundamentais da TC de tórax. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 36(1), 99-123.
- Departamento de Imagem da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Brazilian Consensus on Terminology Used in order to Describe Computed Tomography of the Chest. J Bras Pneumol. 2005;31(2):149-56.
- Guan W, Ni Z, Hu Y, et al Clinical characteristics of coronavirus disease 2019 in China. N Engl J Med. DOI: 10.1056/NEJMoa2002032.
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