Logotipo Afya
Anúncio
Infectologia20 outubro 2025

Prevalência global de Covid longa 

Revisão avaliou a prevalência global da covid longa e seus subtipos e sintomas, além dos efeitos dos fatores de risco

Indivíduos que se recuperaram de infecções por SARS-CoV-2 estão sob risco de desenvolveram sintomas subagudos e prolongados. Também conhecida como Covid longa, essa condição é uma síndrome multissistêmica e complexa e apresenta diferentes definições. 

A variedade de definições e sintomas dificulta uma real estimativa da proporção de pessoas que desenvolvem Covid longa. Uma revisão sistemática procurou avaliar a prevalência dessa condição, considerando a ocorrência de pelo menos 1 sintoma novo ou persistente em um período de pelo menos 2 meses após um episódio de Covid-19, independente do tempo de persistência dos sintomas. 

Leia também: Confira as principais sequelas neuropsiquiátricas de longo prazo da covid-19 

Materiais e métodos 

Os critérios de inclusão foram os seguintes: estudos em humanos com diagnóstico de Covid-19 feito por meio de PCR, teste de antígeno ou clinicamente, desfechos incluindo prevalência de Covid longa, fatores de risco, subtipos ou sintomas, e seguimento de pelo menos 2 meses após o diagnóstico do episódio índice. 

O desfecho primário da revisão foi prevalência de Covid longa e os desfechos secundários avaliaram as OR e RR de fatores de risco relacionados a Covid-19. 

Prevalência global de Covid longa 

Resultados: prevalência global de covid longa  

No total, 429 estudos foram incluídos na revisão sistemática, conduzidos em diferentes continentes: África (9 estudos), Ásia (126 estudos), Europa (195 estudos), América do Norte (61 estudo), América do Sul (31 estudos) e Oceania (3 estudos). Além disso, 4 estudos eram multicêntricos e foram conduzidos em mais de um continente. 

Dos estudos incluídos, 144 apresentavam prevalência de Covid longa como desfecho. A prevalência global estimada de Covid longa foi de 36% (IC 95% = 33 – 40%) em indivíduos com Covid-19 confirmado. Quando subdivididos por ano, a prevalência estimada foi de 38% (IC 95% = 28 – 50%) em 2021, 37% (IC 95% = 26 – 49%) em 2022, 37% (IC 95% = 30 – 45%) em 2023 e 34% (IC 95% = 29 – 41%) em 2024. 

Estudos somente com pacientes hospitalizados apresentaram maior prevalência de Covid-19, que foi estimada em 44% (IC 95% = 38 – 51%), enquanto em estudos com pacientes não hospitalizados mostraram prevalência de 29% (IC 95% = 14 – 50%). 

Avaliando os locais em que os estudos foram conduzidos, a prevalência de Covid longa foi maior na América do Sul (51%; IC 95% = 35 – 66%), com menores estimativas nos continentes asiático (35%; IC 95% = 25 – 46%) e europeu (39%; IC 95% = 31 – 48%). Estudos conduzidos na América do Norte mostraram uma estimativa de 30% (IC 95% = 24 – 38%) e nos estudos conduzidos somente nos EUA, de 29% (IC 95% = 21 – 37%). 

Saiba mais: Função tireoidiana durante covid-19 e complicações pós-covid em adultos

Dentre os sintomas descritos, os mais comuns foram perda de memória (prevalência de 11%; IC 95% = 7 – 19%), fraqueza muscular (11%; IC 95% = 5 – 23%), desconforto para respirar (8%; IC 95% = 3 – 22%), dispneia ou dificuldade para respirar observada (7%; IC 95% = 6 – 10%), dor articular (7%; IC 95% = 4 – 11%) e tosse (6%; IC 95% = 4 – 8%). 

Em relação a fatores de risco para desenvolvimento de Covid longa, pacientes não vacinados para Covid-19 apresentaram chances significativamente maiores de desenvolver Covid longa comparados com indivíduos vacinados (OR = 2,09; IC 95% = 1,55 – 2,81).

Autoria

Foto de Isabel Cristina Melo Mendes

Isabel Cristina Melo Mendes

Infectologista pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ) ⦁ Graduação em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Referências bibliográficas

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Infectologia