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Infectologia5 maio 2024

Iniciativa utilizará sequenciamento genético contra tuberculose resistente

Parceria internacional proporcionará a implementação do targeted next-generation sequencing (tNGS) no país.

Neste mês de abril, pesquisadores do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e do laboratório regional em tuberculose do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) receberam treinamento para implementação do projeto Seq&Treat no Brasil, que busca melhorar o diagnóstico e a vigilância contra a tuberculose resistente a medicamentos através da adoção do targeted next-generation sequencing – tNGS (sequenciamento de próxima geração direcionado), método de sequenciamento genético que permite a detecção abrangente da resistência aos medicamentos. 

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O projeto Seq&Treat 

O objetivo principal é possibilitar que pacientes com tuberculose resistente recebam o tratamento mais adequado de maneira mais rápida possível, ao mesmo tempo em que gera dados clínicos para amparar as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) na utilização de tNGS, avaliar modelos de integração com estruturas de diagnóstico existentes e facilitar a inclusão das soluções encontradas nos sistemas de saúde já estabelecidos, principalmente em países de média e baixa renda. 

A implementação do projeto já foi realizada na China, Geórgia, Índia e África do Sul. No Brasil ele acontece através de uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Foundation for Innovative New Diagnostics (Find) e a Agência de Saúde Global (Unitaid), com apoio do Ministério da Saúde.  

Leia também: Prevenção da tuberculose: qual método é mais eficaz? 

Importância 

“Para alcançarmos a eliminação da tuberculose como problema de saúde pública, precisamos trabalhar em conjunto, ampliando e aperfeiçoando as estratégias de resposta a essa doença que afeta populações vulnerabilizadas no mundo todo”, afirmou a coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas do Ministério da Saúde (CGTM/MS), Fernanda Dockhorn. 

A coordenadora também espera que ao projeto ajude o país a atingir as metas estabelecidas no Programa Brasil Saudável, que incluem entre outros objetivos uma incidência de tuberculose de menos de 10 casos por 100 mil habitantes e a redução do número de mortes para menos de 230 óbitos por ano até 2030. 

Paulo Victor Viana, chefe do CRPHF e o coordenador do projeto no Brasil, acredita que “este projeto amplia a capacidade de vigilância epidemiológica, traçando um perfil genético detalhado das cepas de tuberculose e das resistências existentes.” 

Dados epidemiológicos: tuberculose no Brasil 

O último boletim, divulgado pelo do Ministério da Saúde em abril de 2024, indicou que em 2023 foram notificados 80.012 novos casos de tuberculose no país, apontando uma redução em relação a 2022 e 2021. Contudo, os dados de 2023 ainda são preliminares e tanto em 2021 quanto em 2022 o Brasil teve um aumento no número de casos (chegando a 38 casos por 100 mil habitantes). 

O relatório ainda aponta uma queda no desfecho de tratamento de pacientes com tuberculose que tem se mantido nos últimos cinco anos, ainda que, no caso de tuberculose resistente a medicamentos, esse índice tenha apresentado um aumento entre 2020 e 2021 (os dados de 2022 e 2023 ainda não estão completos). 

*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal Afya.

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Referências bibliográficas

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