O Ministério da Saúde do Brasil confirmou 596,38 mil casos de dengue neste ano até o dia 10 de junho, com um número provável de casos de 1,127 milhão. Uma das grandes preocupações em termos de prevenção da dengue é o controle do vetor, o mosquito Aedes aegypti. Porém, foi divulgada pela mídia esta semana uma nova e preocupante forma de transmissão: sexual.
Uma matéria do Jornal El Pais relatou que o Hospital Ramón y Cajal, em Madri, diagnosticou a dengue em um jovem que contraiu a doença mantendo relações desprotegidas com outra pessoa que havia adquirido o vírus, durante uma viagem pelo Caribe. Esta é uma das primeiras infecções sexualmente confirmadas no mundo, pois existem apenas referências na literatura científica de outro caso semelhante na Coréia do Sul.
A contaminação dessa vítima em Madri foi confirmada no final de setembro e intrigou os cientistas, pois ele não havia viajado para um país onde a dengue é endêmica. Também não haviam, no local onde eles estavam, mosquitos que pudessem justificar a contaminação.
Curiosamente, seu companheiro havia apresentado os mesmos sintomas, cerca de dez dias antes e havia viajado para Cuba. Segundo os testes, ambos tinham dengue. Além disso, uma análise das amostras dos dois revelou que era o mesmo tipo de vírus que circula em Cuba.
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Esta descoberta evidencia um novo modo de transmissão do vírus, o que pode ter um impacto importante, pois levanta alguns questionamentos. Será que em regiões endêmicas teríamos também casos de transmissão sexual? Seria o Aedes aegypti menos culpado do que sempre imaginamos? Aguardamos novos estudos com esclarecimentos.
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