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Infectologia2 janeiro 2019

Bacteremia: qual é o tempo médio necessário de antibioticoterapia?

Entre as formas mais graves de bactremia estão as causadas por bacilos gram-negativos, em especial, Escherichia Coli e Klebsiella-Aerobacter. Saiba mais:

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A bacteremia é uma das principais responsáveis por infecção nas salas de emergência. Caracterizada pela presença de bactéria no sangue, a bacteremia costuma ser assintomática, mas, por vezes, provoca sinais clínicos como febre, diminuição na pressão arterial e alteração na quantidade dos leucócitos, etc. As bactérias que não são neutralizadas pelo sistema imunológico viajam pela corrente sanguínea e aumentam a possibilidade de se concentrarem em diversas partes do corpo, o que potencializa infecções como meningite, endocardite e osteomielite.

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Bacteremia causada por bactérias bacilos gram-negativas

Entre as formas mais graves deste tipo de infecção estão as causadas pelos bacilos gram-negativos, em especial, Escherichia Coli e Klebsiella-Aerobacter, que representam a maior causa de morbidade e mortalidade em pacientes hospitalizados. O padrão-ouro para o tratamento da bacteremia é via antimicrobianos; no entanto, ainda não há um consenso na comunidade médica de quanto tempo a antibioticoterapia deve ser administrada.

Leia mais: Algoritmo simples pode ajudar a prever bacteremia em pacientes hospitalizados

A fim de acessar qual é o período ideal em que a antibioticoterapia apresenta melhores desfechos, pesquisadores realizaram, entre 2013 e 2017, um estudo multicêntrico, randômico e de ensaio aberto com pacientes diagnosticados com bacteremia causada por bactérias gram-negativas. Os resultados foram publicados em dezembro de 2018 no periódico Oxford Academic, da Universidade de Oxford, na Inglaterra.

Tempo de tratamento: sete ou 14 dias?

Participaram do levantamento 604 voluntários, que foram designados em dois grupos, o primeiro foi denominado como “intervenção” (n=306) e o segundo “controle” (n=298). O grupo de intervenção recebeu antibioticoterapia por apenas sete dias, enquanto o da intervenção foi medicado com antimicrobianos por 14 dias.

Como critério, foram excluídos pacientes com foco descontrolado de infecção e foram considerados os indivíduos estáveis hemodinamicamente por pelo menos 48 horas e que não apresentaram febre. O tempo de follow-up foi de 90 dias, os desfechos primários observados foram mortalidade (qualquer causa), reinfecção, complicações supurativas, readmissão hospitalar ou aumento no tempo de internação para mais de 14 dias.

Resultados

Ao final da pesquisa, os pesquisadores constataram pouca diferença entre os grupos de intervenção e o de controle para os desfechos primários. No grupo de intervenção, os desfechos ocorreram em 45,8% dos pacientes, no de controle a incidência foi de 48,3% (diferença de risco -2,6%; IC 95% [-10,5% a 5,3%]). Também não houve diferença significante em outros desfechos e eventos adversos entre os dois grupos. Os pacientes atingiram estabilidade clínica em sete dias, o que indica que o tempo pode ser reduzido a fim de otimizar o tratamento e evitar a administração de antimicrobianos desnecessariamente, o que poderia causar maior resistência aos fármacos.

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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

  • YAHAV, Dafna et al. Seven versus fourteen Days of Antibiotic Therapy for uncomplicated Gram-negative Bacteremia: a Non-inferiority Randomized Controlled Trial. Clinical Infectious Diseases, Oxford Academic. Dezembro de 2018, ciy1054, https://doi.org/10.1093/cid/ciy1054
  • Paul M. Maggio, MD, MBA, Associate Professor of Surgery, Associate Chief Medical Officer, and Co-Director, Critical Care Medicine, Stanford University Medical Center. Carla Carvalho, MD, MPH, Surgical Critical Care Fellow, Stanford University Hospital
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