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Infectologia30 março 2020

Coronavírus e pacientes hematológicos: o que precisamos saber

É sabido que os pacientes portadores de câncer estão mais suscetíveis a eventos graves por coronavírus. Como devemos agir para minimizar o risco?

A infecção por Covid-19, causada pelo coronavírus zoonótico SARS-CoV-2, está estabelecida mundialmente. É sabido que os pacientes portadores de câncer estão suscetíveis a uma maior incidência de eventos graves relacionados ao adoecimento pelo vírus. Porém, ainda existem poucos estudos disponíveis envolvendo esse grupo de pacientes. O que devemos fazer para diminuir esse risco?

Enfermeira tratando de paciente de grupo de risco durante a pandemia do Covid-19

Como agir no coronavírus

Prioritariamente, deve-se considerar o risco-benefício de alterar os padrões atuais de atendimento dos pacientes, por exemplo, espaçamento de quimioterapia, flebotomias, acesso aos hospitais para retirada de medicamentos na tentativa de reduzir a exposição dessas pessoas ao Covid-19.

Seguem, a seguir, dicas de como manejar o tratamento dos pacientes hematológicos em meio a pandemia do Coronavírus:

  • Meios de contato: deve-se tentar estabelecer maneiras de contato eficazes com os pacientes para manejo de situações que evitem exposições físicas desnecessárias, como atualização do telefone, e-mail.
  • Pacientes externos: se aceitável para determinados pacientes, devem ser realizadas consultas por telefone ou videoconferências. Pode-se pedir que o paciente espere no carro até que o médico tenha disponibilidade para vê-lo.
  • Flebotomia: deve-se considerar estender o intervalo de monitorização dos exames de sangue. A aglomeração dos pacientes vulneráveis pode potencializar a disseminação da infecção.
  • Tratamentos de suporte com efeitos a longo prazo: deve-se considerar a pausa momentânea das terapias de suporte com uso de bisfosfonados para reduzir evento adversos ósseos, quelantes de ferro.
  • Quimioterapia: cada caso deve ser individualizado, inclusive a depender das taxas de infecção da população e o risco da imunossupressão causado ao paciente naquele momento. Terapias quimioterápicas de manutenção devem ser avaliadas para serem adiadas ou postergadas. Se houver disponibilidade de medicamentos orais, estes devem ser preferidos.
  • Transplante de medula óssea: cada caso também deve ser individualizado, deve-se levar em consideração a imunossupressão prolongada e as taxas de infecção do vírus na comunidade.
  • Visitantes: para os pacientes internados, deve-se restringir o máximo o número de visitantes dos pacientes. Tal recomendação também serve para acompanhantes em consultas clínicas.
  • Medicamentos: para evitar a exposição dos pacientes dentro dos hospitais, sugere-se serviços de drive-through para entrega de medicamentos e contato telefônico entre hospital e paciente com avisos de chegada do fármaco.

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Conclusão

É uma grande incerteza qual o tamanho do ônus que a infecção pelo novo coronavírus causará na saúde de cada país. Profissionais de saúde e gestores hospitalares trabalham diariamente para tentar minimizar os efeitos da interrupção de tratamentos e adoecimento dos pacientes, inclusive os mais suscetíveis, como idosos e imunossuprimidos.

Portanto, devemos avaliar cuidadosamente as medidas que podem ser tomadas para minimizar o efeito da tragédia Covid-19, com ênfase aos imunossuprimidos e idosos, uma vez que previamente sabemos do potencial de adoecimento e gravidade dessas pessoas.

Referências bibliográficas:

  • Willan  J, King  AJ, Hayes  S, Collins  GP, Peniket  A Care of Haematology Patients in a COVID-19 Epidemic. Br J Haematol2020.
  • Weinkove R, et al. Managing Hematology and Oncology Patients During the COVID-19 Pandemic: Interim Consensus Guidance. Med J Aust 2020.
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