A macrossomia fetal é definida como peso ao nascer entre 4.000 e 4.500 g, é frequentemente encontrada na prática obstétrica, sendo considerada um fator de risco para algumas complicações, como distocia de ombro, trauma durante o parto e lesões no recém-nascido. Este mês, o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia (ACOG) publicou uma recente revisão da literatura com atualizações para a prevenção dessa condição.
Macrossomia fetal
As recomendações feitas pela ACOG, foram realizadas de acordo com três níveis de consistência de evidência cientifica; sendo o nível A considerado recomendações baseadas em boas evidências científicas, o nível B evidências limitadas ou inconsistentes e o nível C baseada em consenso e opinião de especialistas.
Principais recomendações
Nível A:
- Diferente do que frequentemente pensado, a estimativa do peso fetal ao nascer não é mais precisa quando realizada através de biometria fetal e ultrassonografia quando comparado com a avaliação abdominal;
- Gestantes que não possuam contraindicação deve ser estimuladas a praticar exercícios aeróbicos e de condicionamento físico, visando reduzir o risco de macrossomia fetal;
- Outra estratégia também recomendada com esse intuito é o controle do nível glicêmico materno em mulheres que apresentem diabetes como complicação.
Todavia, de acordo com recomendações nível B o ultrassom pode ser usado como ferramenta eficaz para descartar a macrossomia, podendo contribuir para diminuição da morbidade fetal. Outra medida que deve ser recomendada é o aconselhamento pré-gestacional de mulheres com obesidade mórbida quanto aos risco e benefícios da gastroplastia em relação ao risco de macrossomia.
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Recomendações nível C sugerem que, apesar da previsão de macrossomia ser imprecisa, a cesariana eletiva pode ser benéfica em fetos com peso estimado de 5.000 g em mulheres sem diabetes e 4.500 g em diabéticas. Deve ser realizado o aconselhamento individualizado quanto aos risco e benefícios do parto vaginal, bem como da cesariana – devendo ser levado em consideração o passado obstétrico da paciente, visto que a macrossomia não é considerada uma contraindicação absoluta ao trabalho de parto.
Referência bibliográfica:
- American College of Obstetricians and Gynecologists’Committee on Practice Bulletins—Obstetrics in collaboration with William H. Barth Jr and Rebecca Jackson. ACOG Practice Bulletins Summary: Clinical Management Guidelines for Obstetrician–Gynecologists – Macrosomia. N 216.
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