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Ginecologia e Obstetrícia20 abril 2022

Uso de contracepção reversível de longa duração após o aborto medicamentoso

As mulheres que passam pelo processo de aborto devem ser orientadas em sua alta para realizarem contracepção sempre.

As mulheres que passam pelo processo de aborto devem ser orientadas em sua alta para realizarem contracepção sempre. Uma ovulação pode ocorrer tão cedo como 8 dias após esvaziamento da cavidade endometrial e uma parcela  maior que 50% dessas mulheres relatam atividade sexual nas primeiras duas semanas após.

Leia também: Resultados adversos do uso de anticoncepcionais hormonais

Os contraceptivos de longa ação (LARC) como implantes subdérmicos e DIU’s hormonais podem ser implantados após aborto médico com segurança e associam-se a possiblidade de planejamento para evitar uma gravidez não planejada ou mais abortos médicos nos locais onde ele é permitido por desejo da paciente.

Uso de contracepção reversível de longa duração após o aborto medicamentoso

Análise recente

Um artigo publicado em abril de 2022 no The Medical Journal of Australia se propôs a avaliar os métodos contraceptivos hormonais utilizados por mulheres australianas no pós aborto médico precoce. Para isso utilizaram uma amostra de 10% das mulheres de 15 a 49 anos que utilizaram mifepristone para realizar aborto médico precoce fornecido pela Pharmaceutical Benefits Scheme (PBS) — órgão dispensador de medicamentos subsidiado pelo governo, no período de 2013 a 2020.

Mifepristone foi fornecido a 11.140 mulheres nesse período. Dessas, no estudo, observou-se após 60 dias:

  1. 1.435 (12,9%) utilizaram LARC.
  2. 1.387 (12,5%) utilizaram outros métodos hormonais para contracepção (injeções de depósito, pílulas só de progesterona ou contraceptivos combinados).

Dessas que utilizaram LARC houve maior proporção nas faixas etárias de 15-19 anos (130 de 673, 19,3%) ou de 20-24 anos (363 de 2.441, 14,9%). Entre as 1.422 mulheres atendidas em seu aborto médico e com prescrição pelo mesmo médico, 756 (53,2%) receberam LARC hormonal. As proporções de dispensação entre 2013-14 (116 de 922, 12,6%) e 2019-2020 (512 de 3.976, 12,9%) foram similares. As outras formas de contracepção hormonal foram de 10,7 % em 2013-14 e 13,1% em 2019-20.

Achados

Entre 2012 e 2020, 25,4% das mulheres que passaram por um aborto médico precoce receberam dispensação de algum método de contracepção hormonal dentro dos primeiros 60 dias; 12,9% receberam LARC hormonal, proporção consideravelmente menor que em outro estudo realizado em mulheres atendidas no Centro Marie Stopes de Reprodução (clínicas não governamentais de auxílio a contracepção e aborto seguro ao redor do mundo) que mostrou dispensação a 24,7% (1.571 de 6.348) no mesmo período. Em comparação com as mulheres que não receberam contracepção hormonal dentro de 60 dias do aborto medicamentoso precoce, o risco de dispensação repetida de mifepristone para novo aborto dentro de 24 meses foi menor para as mulheres que receberam DIUs hormonais.

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Os achados demonstram que é necessário que se reproduza entre médicos e pacientes a segurança e necessidade de adotar contracepção segura e imediata após aborto médico.

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Referências bibliográficas

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