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Ginecologia e Obstetrícia27 junho 2022

Uso antenatal de corticoides em gestações gemelares

Uma revisão sistemática avaliou o uso de corticoides anteparto em gestações gemelares e seu efeito na melhora dos desfechos perinatais. 

O OBSTETRICS & GYNECOLOGY, revista do American College of Obstetricians and Gynecologists publicou em junho de 2022 uma revisão sistemática com o objetivo de avaliar o uso de corticoides anteparto em gestações gemelares e seu efeito na melhora dos desfechos perinatais. 

O uso de corticoide é indicado em gestações com risco iminente de parto pré-termo, trazendo uma melhora a desfechos adversos relacionados a prematuridade, principalmente mortalidade e desconto respiratório neonatais. Os corticosteroides também reduzem a ocorrência de leucomalácia periventricular, enterocolite necrotizante, hemorragia intraventricular e retinopatia relacionados a prematuridade. 

Esse conhecimento do benefício do uso do corticoide é bem consistente na literatura, especialmente em gestações únicas, diante do grande número de ensaios clínicos randomizados existentes. Entretanto, não há muitos dados obtidos a partir de ensaios clínicos randomizados em gestações múltiplas.

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gestações gemelares

Metotologia do estudo

Diante disso, os autores realizaram uma revisão sistemática de estudos não randomizados que avaliavam o uso de corticoides em gestações gemelares. Foram incluídos 18 estudos, com 33.152 neonatos, nos quais o corticoide usado foi betametasona e/ou dexametasona e o esquema mais usado foi duas doses de 12mg com intervalos de 24 horas entre elas para betametasona e quatro doses de 6 mg com intervalo de doze horas para dexametasona. 

Alguns estudos consideraram o uso de corticoides como ideal quando o parto aconteceu 48 horas após a primeira dose e antes de sete dias. Mas, outros não mencionaram esse intervalo. A idade gestacional da aplicação também variou entre os estudos, sendo a menor 23 semanas e a maior de 36 semanas e seis dias. 

A metanálise mostrou que a administração antenatal de corticosteroides estava associada a menor taxa de mortalidade neonatl (aOR 0,59, IC95% 0,43-0,80, 5 estudos, 20.312 neonatos) e síndrome do desconforto respiratório (aOR 0,70, IC95% 0,57-0,86, sete estudos, 20.628 neonatos) em gestações gemelares. O estudo dos demais desfechos foi inconclusivo.

Conclusão

Essa publicação corrobora os diversos guidelines que recomendam uso de corticoides diante do risco iminente de parto pré-termo em gestações gemelares, uma vez que seu uso melhora a morbimortalidade neonatal.

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Referências bibliográficas

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