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Ginecologia e Obstetrícia1 junho 2025

Tabagismo durante a gravidez: o papel da família e da equipe de saúde na cessação

Estudo investigou os fatores associados à continuidade do tabagismo na gravidez entre gestantes atendidas na atenção primária na Romênia

O tabagismo durante a gestação continua sendo um problema de saúde pública global, com impactos negativos significativos para a mãe e o bebê, como maior risco de abortamento, prematuridade, baixo peso ao nascer e complicações respiratórias no recém-nascido. Apesar dos avanços nas políticas de controle do tabaco, muitas mulheres ainda mantêm esse hábito ao longo da gravidez, especialmente em contextos de maior vulnerabilidade social e familiar. 

Um estudo recente publicado em abril de 2025 na revista científica internacional Healthcare (fator de impacto 3.9) investigou os fatores associados à continuidade do tabagismo na gravidez entre gestantes atendidas na atenção primária na Romênia. Intitulado “Smoking Pregnant Woman: Individual, Family, and Primary Healthcare Aspects”, o trabalho é fruto de uma colaboração entre universidades e serviços de saúde do país, e traz achados relevantes sobre como aspectos individuais, familiares e do cuidado oferecido por médicos de família influenciam o comportamento tabágico das gestantes. 

tabagismo na gravidez

Metodologia 

Este estudo transversal envolveu 413 mulheres grávidas registradas em 50 clínicos gerais no condado de Târgu Mureş, na Romênia.  

As mulheres forneceram voluntariamente dados para o preenchimento de um questionário sobre aspectos sociodemográficos, consumo de tabaco, nível de compreensão do risco de fumar durante a gravidez, tabagismo no ambiente familiar e sua própria percepção da abordagem do tabagismo na atenção primária à saúde.  

Os médicos de clínica geral facilitaram a participação dos pacientes no estudo e ofereceram apoio logístico para as sessões de coleta de dados realizadas em seus consultórios. As análises estatísticas incluíram testes descritivos e regressões logísticas multivariadas para identificar os fatores mais associados à continuidade do tabagismo durante a gravidez. 

Leia mais: Parar de fumar ainda na gravidez reduz parto prematuro

Principais achados 

Entre as 413 gestantes entrevistadas, 49,4% fumavam antes da gravidez e 39,2% continuaram fumando durante a gestação. Os fatores mais associados à manutenção do tabagismo foram: 

  • Presença de outros fumantes na família (OR = 8,83; IC 95%: 2,89–26,91); 
  • Baixo nível de conhecimento sobre os riscos do tabaco na gestação (OR = 12,61; IC 95%: 3,79–41,89); 
  • Ausência de materiais informativos sobre o tabagismo nos consultórios médicos (OR = 5,68; IC 95%: 1,45–22,19). 

Além disso, gestantes com menor escolaridade, residentes em áreas rurais ou de etnia cigana apresentaram maior vulnerabilidade. Apenas 38% das participantes relataram ter visto materiais educativos sobre tabaco nas consultas de pré-natal. 

Conclusão prática 

O estudo destaca que intervenções educativas na atenção primária e o envolvimento da família são fundamentais para promover a cessação do tabagismo durante a gestação. A presença de fumantes no ambiente domiciliar e a falta de abordagem sistemática do tema pelos profissionais de saúde são barreiras importantes. Estratégias mais estruturadas e personalizadas, que combinem informação, acolhimento e suporte contínuo, devem ser implementadas como parte da rotina do pré-natal. 

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Referências bibliográficas

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