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Ginecologia e Obstetrícia15 maio 2025

Simpósio Afya no CBGO 2025 - Entendendo a microflora vaginal

As médicas Caroline Oliveira e Fabiana Kac apresentaram a aula sobre microflora vaginal e seu papel nas disbioses e carcinogêneses.

A Afya está presente no 62° Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (CBGO 2025), que acontece no Rio de Janeiro. O evento iniciou na última quarta, dia 14 e se estenderá até sábado, dia 17.

Dentre a participação no evento, cobertura dos principais assuntos, o grande destaque da Afya foi a apresentação do Simpósio Entendendo a microflora vaginal: impacto da disbiose na prática clínica, ministrado pelas médicas Caroline Oliveira, editora chefe de Ginecologia e Obstetrícia dos produtos digitais da Afya, e Fabiana Kac, docente da Pós-Graduação na Afya Educação Médica em Ginecologia Ambulatorial.

Microflora vaginal e seu papel nas disbioses e carcinogênese

A microbiota vaginal apresenta um caráter dinâmico e que pode variar de acordo com a idade, fase do ciclo menstrual, hábitos de higiene, uso de medicamentos, comorbidades e práticas sexuais.

Apesar do reconhecimento dos lactobacilos como as principais bactérias colonizadoras e responsáveis pela saúde vaginal, evidências científicas de grandes estudos populacionais mais atuais reconhecem 5 classes distintas de comunidades vaginais principais a depender da espécie de lactobacilo predominante ou da dominância de outras bactérias como a Gardnerella e/ou outros anaeróbios em detrimento dos lactobacilos, conforme visto com frequência na população de origem africana.

Assim, o conceito de “normalidade” tem sido amplamente debatido nos congressos internacionais havendo uma mudança na definição de microbiotas com maior risco infeccioso ao invés de anormais.

Ao longo da vida, as mulheres podem apresentar desvios do equilíbrio levando a disbioses tais como a vaginose bacteriana sintomática, candidíase vulvovaginal e vaginose citolítica. O manejo muitas vezes pode ser desafiador e o sucesso gira em torno do uso de medicamentos mas também de mudanças de estilo de vida, alimentação, hábitos e práticas sexuais, além de tratamentos de outras condições como as infecções sexualmente transmissíveis. Os casos recorrentes vão precisar de tratamentos supressivos, possível eliminação de biofilmes e um seguimento rigoroso.

Situações da microbiota vaginal em que se observa um ambiente inflamatório persistente também é um grande facilitador da aquisição e transmissão de ISTs, em especial o vírus do Papilomahumano (HPV). A persistência do HPV é um fator necessário crucial, junto com outros cofatores como tabagismo e imunossupressão, para o surgimento das lesões precursoras do câncer de colo uterino.

Veja também: Uma disbiose revisitada: vaginose bacteriana

A avaliação da mulher de forma global, o entendimento dos seus hábitos e práticas de saúde sexual nas suas diversas fases da vida são fundamentais para o melhor entendimento da condição clínica e orientação sobre possíveis riscos infecciosos e reprodutivos.

Não existem evidências científicas atuais que corroborem o uso de probióticos para o tratamento das disbioses.

A análise atual da microbiota vaginal através da microscopia a fresco deve ser visto de forma cautelosa em pacientes assintomáticas dado o conhecimento atual sobre as possíveis comunidades vaginais existentes de forma equilibrada mesmo na ausência de predomínio dos lactobacilos.

Acompanhe a cobertura completa do CBGO 2025 aqui no portal Afya.

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