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Em um novo estudo, publicado na Pharmacoepidemiology, pesquisadores analisaram a relação entre o uso de antibióticos e risco de teratogenicidade no primeiro trimestre de gestação.
Para isso, os autores examinaram uma coorte de gestação de Quebec, no Canadá (1998-2008), com um total de 139.938 lactentes. A exposição a antibióticos foi avaliada no primeiro trimestre e as anomalias congênitas foram identificados no primeiro ano de vida.
Após o ajuste para possíveis fatores de confusão, a exposição à clindamicina foi associada a um risco aumentado de malformação congênita (OR: 1,34, IC de 95%: 1,02-1,77, 60 casos), malformações do sistema musculoesquelético (OR: 1,67, IC de 95%: 1,12-2,48, 29 casos) e defeito do septo ventricular/atrial (OR: 1,81, IC de 95%: 1,04-3,16, 13 casos).
A exposição à doxiciclina aumentou o risco de malformação do sistema circulatório (OR: 2,38, IC de 95%: 1,21-4,67, 9 casos), cardíaco (OR: 2,46, IC de 95%: 1,21-4,99, 8 casos expostos) e defeito do septo ventricular/atrial (OR: 3,19, IC de 95%: 1,57-6,48, 8 casos).
Foram observadas associações adicionais com quinolona (1 anomalia), moxifloxacina (1 anomalia), ofloxacina (1 anomalia), macrólido (1 anomalia), eritromicina (1 anomalia) e fenoximetilpenicilina (1 anomalia). Não foi observada ligação com amoxicilina, cefalosporinas e nitrofurantoína. Resultados semelhantes foram encontrados quando as penicilinas foram usadas como grupo de comparação.
Pelos resultados, os pesquisadores concluíram que o uso de clindamicina, doxiciclina, quinolonas, macrólidos ou fenoximetilpenicilina no primeiro trimestre de gestação está associado à malformações específicas de órgãos. As evidências indicam que amoxicilina, cefalosporinas e nitrofurantoína são seguros.
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Referências:
- Muanda, F. T., Sheehy, O., and Bérard, A. (2017) Use of antibiotics during pregnancy and the risk of major congenital malformations: A population based cohort study. Br J Clin Pharmacol, doi: 10.1111/bcp.13364.
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