ISSVD 2024: Pesquisas sobre microbioma vaginal
O XXVII Congresso da Sociedade Internacional para o Estudo das Doenças Vulvovaginais (ISSVD), que ocorreu em Ljubliana, Eslovênia, entre os dias 16 e 18 de setembro, destacou alguns pontos importantes em diversas palestras sobre o líquen escleroso vulvar. A doença, mais frequente em mulheres na pós-menopausa, de caráter crônico e possivelmente autoimune, é motivo de estudo e debate constante por ser a principal via carcinogênica vulvar.
Destacou-se a importância do tratamento regular com corticoide tópico superpotente de forma permanente, a necessidade da retomada do corticoide após tratamento do câncer vulvar e que outras terapêuticas como laser ou radiofrequência são adjuvantes e não substituem o corticoide.
Microbioma vaginal
O segundo dia foi marcado por apresentações que discorreram sobre as pesquisas em microbioma vaginal.
Testes diagnósticos mais precisos têm sido analisados, mas ainda sem resultados conclusivos dada à complexidade da fisiopatologia das disbioses. Além disso, não há recomendação para uso de probióticos nos casos de vaginose bacteriana e candidíase vulvovaginal nem para o uso profilático na gestação.
Outro ponto levantado foi sobre classificação das lesões intraepiteliais vulvares que está sendo reformulada em consonância com a Organização Mundial da Saúde e levará em conta marcadores moleculares que têm sido relacionados à maior gravidade.
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HPV
No último dia, tivemos uma discussão importante sobre a vacinação contra o HPV em situações especiais como imunossupressão, mulheres com câncer/lesão precursora vulvar e/ou vaginal e indicações para revacinação com a vacina HPV nonavalente.
Faltam dados robustos para estes cenários, apesar de alguns trabalhos mostrarem que a vacina também é imunogênica nestas populações podendo reduzir a chance de lesões.
É consenso mundial que esforços devem ser feitos para que a população alvo ideal (meninas e meninos até 14 anos) seja alcançada e tenha seu esquema vacinal completo.
O evento contou com a presença de grandes especialistas, dentre eles o Professor Jack Sobel, dos Estados Unidos, com mais de 40 anos de experiência na área.
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