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Ginecologia e Obstetrícia29 agosto 2023

Efeito do treinamento resistido no perfil lipídico de mulheres na pós-menopausa

Artigo publicado recentemente teve como objetivo avaliar o impacto do treinamento resistido no perfil lipídico na pós-menopausa.

Durante o período pós-menopausa, as mulheres são propensas a desenvolver doença cardiovasculares devido à perda de proteção oferecida pelos estrogênios. As recomendações atuais para mulheres que experimentam a transição para a menopausa são aderir a uma dieta saudável e a prática regular de exercícios físicos. O exercício físico diminui o risco cardiovascular e pode alterar o perfil lipídico em mulheres no pós-menopausa. Embora se acredite que o treinamento resistido possa potencialmente diminuir esses níveis séricos em mulheres na pós-menopausa, as evidências permanecem inconclusivas.

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no perfil lipídico de mulheres na pós-menopausa

Metodologia do novo estudo

Trata-se de uma revisão sistemática e metanálise publicada no periódico European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology e realizada através de uma busca nas plataformas Web of Science, Scopus, PubMed/Medline e Embase. Foram pesquisados e incluídos ensaios clínicos randomizados (ECRs) que avaliaram o efeito de treinamento de resistência nos níveis de colesterol total (CT), colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-C), colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) e triglicerídeos (TG) em mulheres pós-menopausa.

Resultados

A estratégia de busca identificou 385 artigos potencialmente relevantes. Após excluídos aqueles que não se aplicavam, dezenove ensaios clínicos randomizados foram elegíveis.

Dados de 19 ECRs mostraram que o treinamento resistido pode reduzir os níveis de CT [diferença média ponderada − 11,47 mg/dL; p = 0,002], LDL-C (− 8,48 mg/dL; p = 0,01) e TG (− 6,61 mg/dL; p = 0,043). Os níveis de CT diminuíram particularmente em mulheres com idade < 60 anos (− 10,77 mg/dL; p = 0,003), em ECRs com duração < 16 semanas (− 15,70 mg/dL; p = 0,048) e em mulheres com hipercolesterolemia (− 12,36 mg/dL; p = 0,001) ou obesidade (− 19,35 mg/dL; p = 0,006). Houve um significativa diminuição nos níveis de LDL-C (− 14,38 mg/dL; p = 0,002) em pacientes com LDL-C ≥ 130 mg/dL antes do estudo. O treinamento resistido reduziu os níveis de HDL-C (− 2,97 mg/dL; p = 0,01) particularmente em indivíduos com obesidade. Os níveis de TG (− 10,71 mg/dL; p = 0,01) diminuíram principalmente quando a intervenção durou < 16 semanas.

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Conclusões

O treinamento resistido pode diminuir os níveis de CT, LDL-C e TG em mulheres na pós-menopausa. O impacto do treinamento resistido nos níveis de HDL-C foi pequeno e só foi observado em indivíduos com obesidade. O efeito do treinamento resistido no perfil lipídico foi mais notável nas intervenções de curto prazo e em mulheres com dislipidemia ou obesidade previamente.

Autoria

Foto de Ênio Luis Damaso

Ênio Luis Damaso

Doutor em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) ⦁ Professor no Curso de Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB-USP) ⦁ Professor no Curso de Medicina da Universidade Nove de Julho de Bauru (UNINOVE).

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Referências bibliográficas

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