Efeito do treinamento resistido no perfil lipídico de mulheres na pós-menopausa
Artigo publicado recentemente teve como objetivo avaliar o impacto do treinamento resistido no perfil lipídico na pós-menopausa.
Durante o período pós-menopausa, as mulheres são propensas a desenvolver doença cardiovasculares devido à perda de proteção oferecida pelos estrogênios. As recomendações atuais para mulheres que experimentam a transição para a menopausa são aderir a uma dieta saudável e a prática regular de exercícios físicos. O exercício físico diminui o risco cardiovascular e pode alterar o perfil lipídico em mulheres no pós-menopausa. Embora se acredite que o treinamento resistido possa potencialmente diminuir esses níveis séricos em mulheres na pós-menopausa, as evidências permanecem inconclusivas.
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Metodologia do novo estudo
Trata-se de uma revisão sistemática e metanálise publicada no periódico European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology e realizada através de uma busca nas plataformas Web of Science, Scopus, PubMed/Medline e Embase. Foram pesquisados e incluídos ensaios clínicos randomizados (ECRs) que avaliaram o efeito de treinamento de resistência nos níveis de colesterol total (CT), colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-C), colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) e triglicerídeos (TG) em mulheres pós-menopausa.
Resultados
A estratégia de busca identificou 385 artigos potencialmente relevantes. Após excluídos aqueles que não se aplicavam, dezenove ensaios clínicos randomizados foram elegíveis.
Dados de 19 ECRs mostraram que o treinamento resistido pode reduzir os níveis de CT [diferença média ponderada − 11,47 mg/dL; p = 0,002], LDL-C (− 8,48 mg/dL; p = 0,01) e TG (− 6,61 mg/dL; p = 0,043). Os níveis de CT diminuíram particularmente em mulheres com idade < 60 anos (− 10,77 mg/dL; p = 0,003), em ECRs com duração < 16 semanas (− 15,70 mg/dL; p = 0,048) e em mulheres com hipercolesterolemia (− 12,36 mg/dL; p = 0,001) ou obesidade (− 19,35 mg/dL; p = 0,006). Houve um significativa diminuição nos níveis de LDL-C (− 14,38 mg/dL; p = 0,002) em pacientes com LDL-C ≥ 130 mg/dL antes do estudo. O treinamento resistido reduziu os níveis de HDL-C (− 2,97 mg/dL; p = 0,01) particularmente em indivíduos com obesidade. Os níveis de TG (− 10,71 mg/dL; p = 0,01) diminuíram principalmente quando a intervenção durou < 16 semanas.
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Conclusões
O treinamento resistido pode diminuir os níveis de CT, LDL-C e TG em mulheres na pós-menopausa. O impacto do treinamento resistido nos níveis de HDL-C foi pequeno e só foi observado em indivíduos com obesidade. O efeito do treinamento resistido no perfil lipídico foi mais notável nas intervenções de curto prazo e em mulheres com dislipidemia ou obesidade previamente.
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