A identificação de um quadro de restrição do crescimento fetal aumenta a necessidade de resolução da gestação antes do trabalho de parto espontâneo. Na maioria das vezes, devemos realizar a indução do trabalho de parto. Qual seria a melhor maneira de realizar o preparo do colo uterino nesses casos? Através do uso do balão extra-amniótico ou do uso das prostaglandinas?
Foi publicado este mês um artigo no International Journal of Gynecology and Obstetrics com o objetivo de comparar os resultados perinatais em gestações com restrição de crescimento fetal (RCF) submetidas à indução do parto por balão extra-amniótico (EAB) versus prostaglandina E2 (PGE2).
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Métodos
Os autores desenvolveram um estudo de coorte retrospectivo de mulheres com gestações únicas e RCF, submetidas a indução a termo via EAB, PGE2 ou ambos, em um único centro médico entre 2014 a 2017. O desfecho primário encontrado foi a taxa de partos cesáreos. E os desfechos secundários incluíram resultados compostos maternos e neonatais.
No geral, 266 mulheres preencheram os critérios de inclusão. Dentre elas, 131 (49,2%) foram submetidas à indução por PGE2, 116 (43,6%) por EAB e 19 (7,14%) por ambos os métodos. Não foram observadas diferenças nas características basais. A taxa de cesárea (17,24% vs 6,11% vs 10,53%, p=0,022) e resultado composto materno (18,97% vs 6,11% vs 10,53%, p< 0,01) foram maiores entre as mulheres que foram submetidas à indução por EAB em comparação com PGE2 ou ambos.
Nenhuma diferença foi observada entre os grupos nos resultados neonatais. Em uma regressão logística multivariada, as taxas de parto cesáreo e desfecho materno composto não foram mais maiores no grupo EAB (aOR 1,68, IC 95% 0,68-4,16, p=0,260; e aOR 1,94, IC 95% 0,84-4,45, p= 0,120, respectivamente).
Aplicação
EAB e PGE2 têm resultados maternos e neonatais comparáveis quando usados para indução do trabalho de parto devido à RCF, sendo ambos seguros para gestante e feto.
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