A indução de parto é uma forma de produzir trabalho de parto de forma artificial em pacientes que tenham essa necessidade. Atualmente aproximadamente 25% dos partos passam por essa modalidade de nascimento. As indicações podem ser maternas, fetais ou ambas. Gestações gemelares, doenças hipertensivas, oligoâmnio, polidrâmnio, restrição de crescimento, isoimunização, amniorrexe prematura em diferentes idades gestacionais ou corioamnionite são exemplos de situações em que a indução do parto pode ser necessária para resolução da gravidez.
Leia também: Enxaqueca e resultados perinatais adversos na gravidez
Guidelines são discutidos na tentativa de sistematizar o amadurecimento do colo uterino para administração de ocitocina em seguida. Ainda não temos um consenso que seja aceito de forma uniforme.
Análise recente
Para avaliar uma dessas formas de indução de parto, um estudo publicado no International Journal of Gynecology & Obstetrics em junho de 2022 avaliou 140 nulíparas submetidas a amadurecimento cervical com cateter de Foley (método de Krauze). Após o amadurecimento, todas receberam ocitocina endovenosa e foram randomizadas em dois grupos: o primeiro sendo realizada amniotomia precoce e em outro, amniotomia depois de 4 horas de ocitocina. O desfecho estudado foi o tempo de evolução até o parto. Todas as pacientes entravam para a randomização semelhantes: dilatação ≥ 3 centímetros, gestações únicas, apresentação cefálica, membranas íntegras e vitalidade fetal tranquilizadora.
Na avaliação dos desfechos observaram intervalo até o parto em horas(média ± DP) de 9,0 ± 3,6 horas versus 10,6 ± 3,5 horas entre amniotomia precoce versus tardia, respectivamente (diferença média de 1,4 horas) (P=0,004). As taxas de cesárea entre os grupos foram de 41,4% vs 47,1% (RR 0,88, P=0,50) e o nível de satisfação materna com o processo de parto foi de (intervalos interquartis) de 7 (7-8) vs 7 (7-8) para os braços de amniotomia precoce vs tardia respectivamente.
Saiba mais: A assustadora taxa de cesáreas no Brasil
Conclusão
Conclui-se que em nulíparas submetidas a amadurecimento cervical com sonda de Foley seguida de administração de ocitocina, e amniotomia precoce abrevia o intervalo até o parto, sem no entanto reduzir as taxas de cesárea. No nosso país, o Ministério da Saúde em suas orientações de assistência ao parto normal, desestimula a amniotomia precoce (publicado em 2022 na última atualização).
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.