A manutenção do peso ideal é importante para a fertilidade feminina e para instalação e desenvolvimento de uma gestação saudável sem complicações.
Mulheres abaixo ou acima do peso ideal podem comprometer tanto sua reprodução com quadros de infertilidade, má implantação, abortos precoces, além de poder evoluir com gestações ectópicas, natimortos, partos prematuros, bebês pequenos para idade gestacional (PIG), entre outras complicações.
Para avaliar o impacto do ganho de peso em gestantes com baixo IMC a partir de 30 semanas um estudo publicado no The Journal of Obstetrics and Gynaecology Research de novembro de 2022 avaliou gestantes no Japão de 2003 a 2020.
Métodos
Um total de 3643 mulheres de baixo peso foram divididas em quartis para estudar o impacto do ganho total de peso na sua gestação:
- Q1 ≤ 5,7 kg;
- 5,7 < Q2 ≤ 7,2 kg;
- 7,2 < Q3 ≤ 8,8 kg;
- Q4 > 8,8 kg.
Foram avaliadas as taxas de partos prematuros, nascidos PIG, macrossomias, diabetes gestacional e necessidade de cesariana.
Resultados
Nos desfechos analisados foram encontrados para partos prematuros: 7,5% (n=70), 5% (n=45), 5,4% (n= 50) e 4,9% (n = 44) para cada um dos quartis respectivamente. Já a taxa de pequenos para idade gestacional para cada quartil foi de 15.7% (n = 147, 9.6% (n = 87), 6.9% (n = 64), e 5.9% (n = 53) para Q1, Q2, Q3, e Q4 respectivamente. Em nenhum grupo houve associações com macrossomia, diabetes gestacional ou maior índice de cesarianas. A análise multivariável evidenciou Q1 com relação maior a partos prematuros (aOR 1,6) e Q1 e Q2 com mais associação a pequenos para idade gestacional (aOR 3,0).
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Conclusão
Assim, o estudo conclui que em gestantes abaixo do peso ideal o ganho de até 5,7 kg na gravidez aumentam as chances de parto prematuro. Quando o ganho total está abaixo de 7,2 kg, além do parto prematuro, também pode se associar o baixo peso ao nascimento.
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